Gartner prevê que empresas locais vão gastar US$ 129,7 bilhões com tecnologias no próximo ano. Serviços de telecom e compra de dispositivos, principalmente os móveis, levarão a maior parte desse montante
Os investimentos em TI continuarão em crescimento no Brasil em 2014. Estudos do Gartner apontam que os gastos das empresas no próximo ano, nessa área, alcançarão US$ 129,7 bilhões, com aumento de 3,6% com relação a 2013, cujo total projetado é de US$ 125,2 bilhões. A taxa projetada é menor que a de anos anteriores por causa da desaceleração da economia.
A maior parte desse montante será para serviços de telecom, que receberão investimentos da ordem de US$ 78 bilhões, alta de 1,8% em comparação com os valores estimados em 2013. As despesas com dispositivos (incluindo PCs, tablets, celulares e impressoras) chegarão a US$ 22,4 bilhões, 1,7% mais que os recursos aplicados este ano, segundo o levantamento do Gartner.
Já os serviços de TI atingirão gastos de US$ 21,2 bilhões em 2014, com elevação de 11,2% em relação ao volume desembolsado este ano. As despesas com data center devem alcançar US$ 3,2 bilhões, um aumento de 4,9 % sobre 2013. Os investimentos em software totalizarão US$ 5 bilhões em 2014, chegando a 9,2% mais que o destinado este ano.
Donald Feinberg, vice-presidente do Gartner, observou que a economia local está andando mais lentamente, com redução do Produto Interno Bruto (PIB) e que o País terá uma agenda atípica no próximo ano. Haverá carnaval em março, Copa do Mundo em junho e eleições em outubro.
Apesar de 2014 ter menos dias úteis para negócios, Feinberg avalia que o cenário é positivo para o Brasil por ser um dos mercados da América Latina que mais crescem e com demanda interna aquecida. Entre as tecnologias que estarão no radar dos CIOs, o analista do Gartner prevê que vão prevalecer nos primeiros lugares as três que se destacaram em 2013 que são: ferramentas analytics e BI; mobilidade e cloud computing.
Val Sribar, vice-presidente do Gartner, avalia que há muitas oportunidades no mercado brasileiro. Ele afirma que o aumento da importância do consumidor é fundamental para o crescimento sustentado dos gastos de TI no País. O analista chama atenção para a diversidade de negócios que surgirão com a Economia Industrial Digital, que será construída sobre as fundações da Terceira Plataforma de TI, que a consultoria conceitua como “Nexo das Forças”, apoiada em quatro alicerces: cloud computing, mobilidade, social business e Big Data.
Essas quatro forças integradas e combinadas com a Internet de Todas as Coisas, segundo o Gartner, darão inicio à Era Digital com verdadeira transformação dos negócios. O motor que vai puxar essa mudança é a mobilidade. Projeções do instituto de pesquisas indicam que em 2020 haverá quase 30 bilhões de aparelhos conectados, sendo a maior parte deles interligados a produtos, beneficiando diversos setores como varejo, saúde e transporte. Outros 7,3 bilhões de devices estarão nas mãos das pessoas, com poder para compras online, navegação nas redes sociais e consumo de uma variedade de serviços.
Com esse cenário, a recomendação dos analistas do Gartner é que os gestores de TI alinhem seus projetos para fortalecerem em 2014 iniciativas que contemplem os pilares das quatro forças que vão digitalizar processos e alterar os modelos de negócios.
Big negócios
Para Fernando Belfort, analista de mercado sênior da Frost & Sullivan para América Latina, as megatendências de TI impactam toda a sociedade de forma horizontal. O conceito de smart será disseminado pelas cidades, redes de energia, carros, dispositivos móveis, prédios, fábricas etc. Essas mudanças vão refletir na economia, cultura, trabalho, modo de vida das pessoas e formas de fazer negócios, alerta o consultor.
“Daqui a cinco anos todas as companhias competitivas precisão ter implantados, como práticas do dia a dia, projetos de mobilidade, cloud e Big Data”, reforça Belfort, que acredita que muitas dessas iniciativas vão ganhar espaço em empresas locais a partir de 2014. O analista constata que em 2013 muitas organizações olharam apenas para uma ou duas dessas vertentes, ainda assim de forma isolada, sem unir as peças. “O CIO que pensa Big tem que ter esses temas em sua agenda”, endossa.
O aumento dos dispositivos móveis no País vai pressionar as empresas a investirem mais nas tecnologias que sustentam a Terceira Plataforma em 2014, avalia Frank Meylan, sócio da área de Management Consulting da KPMG no Brasil. “A mobilidade está ganhando muita força pela sua agilidade e dinâmica aos negócios, tomando o largo espaço dos PCs”, enfatiza o executivo, mencionado o interesse dos bancos em explorar essa tecnologia depois que o Banco Central aprovou regulamento em 2013, permitindo que os celulares se tornem meio de pagamento.
Já Alexandre Campos, analista de TI e Telecom da IDC Brasil, avalia que 2013 foi o ano em que cloud computing começou a dar frutos no País, com aumento de maturidade e disseminação de projetos. As empresas investiram US$ 257 milhões em nuvem pública, US$ 123 milhões em infraestrutura (IaaS), enquanto a plataforma como serviço (PaaS) somou US$ 25 milhões e software como serviço (SaaS) US$ 109 milhões, segundo a IDC. Ele acredita que o conceito ganhará mais força aqui em 2014 e prevê crescimento anual de 74% do mercado local, chegando em 2015 com receita total de US$ 798 milhões. Uma das mudanças é que os negócios de SaaS ultrapassarão os de IaaS em faturamento. EDILEUZA SOARES
Fonte: computerworld.uol 23/12/2013
23 dezembro 2013
Megatendências puxam investimentos de TI no Brasil
segunda-feira, dezembro 23, 2013
Investimentos, Plano de Negócio, Tese Investimento, TI, Transações MA
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Ruy Moura
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