PARA SE TORNAR O NÚMERO 1 DE UMA EMPRESA, O PREÇO É ALTO, SEGUNDO MARSHALL GOLDSMITH, UM DOS MAIS EXPERIENTES COACHES DE CEOS DO MUNDO
“Eu não queria ser CEO”, afirma o americano Marshall Goldsmith, coach de alguns dos maiores líderes do mundo. Aos 61 anos, ele já atendeu cerca de 150 presidentes de grandes empresas e é autor de bestsellers como MOJO e What Got You Here Won’t Get You There, entre outros 31 livros. Em 2011, liderou a lista Thinkers50 Leadership Award, da Harvard Business Review. Em visita a São Paulo para uma palestra na Faculdade Internacional de Negócios Hult (em parceria coma Fundação Dom Cabral), na semana passada, ele falou a NEGÓCIOS sobre o alto preço que os executivos que escolhem este caminho têm que pagar. “Não podem mais falar sem pensar. É preciso pesar os impactos de cada gesto, de cada olhar, de cada decisão”, diz o consultor.
Se você está pensando em guiar sua carreira para o topo da hierarquia, pare por alguns instantes para colocar na balança alguns dos itens que farão parte do pacote.
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1. Aprenda a abrir mão da vitória
Um CEO acostuma-se à sensação de ganhar, segundo Goldsmith. Portanto, quer repetir a experiência sempre – seja em uma discussão na mesa do restaurante, com um amigo, seja uma causa relevante para os resultados da empresa. “É difícil para as pessoas inteligentes e que estão acostumadas a ganhar na vida não vencer o tempo todo”, afirma o consultor.
Se livrar dessa necessidade é um desafio. Goldsmith dá um exemplo: imagine que teve um dia difícil no trabalho. Quando chega em casa e encontra sua mulher, ela comenta: “Você não faz ideia do que tive que aguentar hoje!”. Nessa hora, a tendência do CEO é responder: “Você acha que o seu dia foi difícil porque você não sabe o que eu passei!”. “Nós somos tão competitivos que temos que provar que sofremos mais do que as pessoas com quem vivemos”, afirma o especialista. “Mas para que fazer isso mesmo? Nessa hora, seria bem melhor respirar e falar: ‘Espera! O que eu estou ganhando com isso? Qual é o sentido dessa discussão?", diz. "A resposta é: não tem sentido”.
2. Um simples comentário não é mais um simples comentário
Tudo o que uma pessoa bem-sucedida diz vem com um acréscimo de valor agregado.
Por exemplo, um profissional inteligente e entusiasmado vai até o chefe e apresenta uma ideia. O gestor acha a sugestão ótima. Mas se é o presidente da empresa, não deve dizer isso dessa forma, de acordo com Goldsmith. “Ele deve falar que a ideia é boa, não ótima. Porque sua opinião tem um peso imensurável”. Ele conta que um de seus clientes disse que, no cargo de CEO, aprendeu "a dura lição de que suas sugestões viram ordens", afirma. "Sejam elas inteligentes ou estúpidas. Por isso é preciso ter muito cuidado”.
O mesmo cuidado vale para todos os outros momentos da vida de um presidente de empresa. Como uma celebridade, ele está sempre sendo seguido e avaliado pela imprensa. “Qualquer coisa que você diz, vai sair na internet ou no jornal", diz o consultor. "Até seus e-mails serão de conhecimento público”. Nesse contexto, esqueça a ideia de fazer piadinhas sobre os outros. “Se eu sou um garoto que está três níveis abaixo do presidente, faço uma apresentação e ele faz um comentário sarcástico, minha carreira acabou”.
3. Evite começar frases com “não”, “mas” nem “entretanto”
Se inicia sua fala com uma dessas palavras, só está tentando provar que a outra pessoa está errada ou que não a está ouvindo de verdade, segundo Goldsmith. “É o mesmo que falar: 'Pode esquecer tudo o que você disse'”. Não é recomendável que um CEO assuma essa postura.
4. Esqueça a ilusão de que riqueza e fama o farão feliz
Várias pesquisas na área da psicologia já provaram que a relação direta entre riqueza e felicidade é um mito. Tampouco as pessoas mais ricas são necessariamente mais tristes. “O que está comprovado que pesa a favor da satisfação éfazer o que gosta e ter uma boa relação com as pessoas queridas”, diz Goldsmith.
5. Considere a hipótese de mudar de empresa
Se está decidido a ser CEO, mas não vê um caminho para isso na organização em que está, não hesite em mudar. “Eu orientei muitos dos meus clientes a fazerem isso”, diz o especialista. Um desses clientes foi Elizabeth Smith, que queria ser CEO da Avon. Como a então presidente Andrea Jung não pensava em deixar o cargo, Elizabeth foi realizar seu propósito em outra empresa, a Bloomin’ Brand, onde está até hoje.
“Para subir na carreira, encare todos os profissionais acima de você como clientes, que terão que comprar o que você está vendendo”, afirma Goldsmith.
6. Esqueça o sonho da vida equilibrada
"Trabalhando muitas horas, sempre sob intensa pressão, sendo observado e avaliado por todos ao redor, ter equilíbrio é um mito", diz o coach.
7. Pense como uma pessoa jurídica
Antes de aceitar qualquer convite, mesmo que seja tão simples quanto acompanhar um jogo de futebol com os amigos, pergunte-se: “Isso será bom para minha empresa? Será bom para minha família? E para minha saúde?”. Se as três respostas não forem “sim”, a sugestão do consultor é que o CEO diga “não” ao convite.
Seguir este conselho pode ser um aspecto de destaque. “Pouquíssimas pessoas têm essa disciplina, são tão sábias. Esta é a diferença entre um ótimo e um bom CEO”.
8. Aja como um multinacional
Para Goldsmith, a globalização é uma das partes mais difíceis da vida de um CEO atualmente. No passado, a tarefa de liderar se limitava as peculiaridades do país. Hoje, todos precisam estar prontos para entender e se relacionar com outras culturas. “O Brasil está indo bem”, diz ele. “Mas quando vocês atingirem um certo nível de sucesso, os outros países começarão a pensar: ‘Espera aí. Nós conseguimos produzir isso. Por que trabalhar no Brasil? Então, será preciso ser mais competitivo”.
Fonte: epocanegocios 30/04/2013
30 abril 2013
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terça-feira, abril 30, 2013
Governança Corporativa, Plano de Negócio, Riscos, Tese Investimento
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Ruy Moura
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