18 maio 2012

CCB, da China, compra WestLB no Brasil

O China Construction Bank (CCB), segundo maior banco chinês em valor de mercado, fechou a compra dos ativos do banco alemão WestLB no Brasil, apurou o Valor.

 Os termos do negócio não foram revelados. A compra foi intermediada pelo BTG Pactual.

 Segundo informações divulgadas pela agência "Dow Jones" na semana passada, o CCB estaria disposto a pagar entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões para comprar os ativos do West LB na América do Sul, como parte de um projeto de expansão global da entidade. Em balanço publicado em março deste ano, referente aos resultados do ano passado, o próprio WestLB já havia anunciado que pretendia se desfazer de seus ativos no Brasil.

 A venda faz parte de um processo de reestruturação colocado em curso pela matriz alemã desde o fim do ano passado, quando o plano foi aprovado pela Comissão Europeia. As medidas vão culminar com a mudança do nome do banco, que passará a se chamar Portigon Financial Services a partir de julho. As áreas de caixa de poupança e de serviços para clientes do setor público serão cindidas e transferidas para o Helaba, banco da região de Frankfurt. Depois disso, o WestLB se dedicará basicamente aos negócios de gestão de riscos e gestão de carteiras. Procurada pela reportagem, a unidade brasileira do WestLB não se pronunciou sobre a venda.

 A aquisição da subsidiária do WestLB pelo CCB, banco que vale US$ 169,6 bilhões na bolsa de Hong Kong, marca a entrada do gigante no Brasil. Em março deste ano, uma equipe de executivos do CCB, incluindo um diretor de aquisições, esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro para considerar possíveis investimentos no país, e cogitava, inclusive, a compra de um banco de porte médio de capital totalmente brasileiro.

 Ainda não está claro qual será o foco de atuação dos chineses do CCB no Brasil, mas como o seu próprio nome indica, o banco de controle estatal é tradicionalmente um provedor de empréstimos corporativos, focado em clientes "de setores estratégicos de infra-estrutura, como de petróleo e gás, elétrico e telecomunicações", de acordo com seu site. O CCB mantinha desde 1997 um escritório de representação em Nova York, que em 2009 foi transformado em agência de banco comercial. Por lá, faz operações de concessão de empréstimos corporativos, oferece linhas para operações de comércio exterior e liquida operações de câmbio. Por Filipe Pacheco e Talita Moreira
 Fonte: Valor Econômico 18/05/2012

18 maio 2012



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