25 maio 2012

Dono da Ri Happy ainda sorri amarelo

Ricardo Sayon, fundador da empresa: “Sinto como se tivesse uma aposentadoria compulsória” Comunidade Partilhe: Ricardo Sayon tenta se adaptar ao estilo de gestão do Carlyle.

 Vender uma empresa para um fundo de investimentos é uma coisa. Adaptar-se a essa venda é outra totalmente diferente.

 Esta é a conclusão de Ricardo Sayon, fundador da Ri Happy, que vendeu, em março, 85% da rede de brinquedos para o fundo de private equity Carlyle, por um valor estimado pelo mercado em R$ 600 milhões. 

"Se foi bom ou ruim, não sei. Ainda é muito recente. Por enquanto estou me sentindo como se tivesse uma aposentadoria compulsória. Sabe aquela pessoa que entra na sua casa, mexe nas suas coisas e usa a sua camisa?", brincou o empresário durante evento da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).

 Sayon assumiu a presidência do conselho de administração da Ri Happy e se afastou do dia a dia dos negócios, que agora está a cargo de Héctor Núñez, ex-presidente do Walmart Brasil.

 Enquanto experimenta uma nova etapa em sua vida profissional, Sayon vislumbra alguns desafios. A começar pelo novo potencial de crescimento da varejista, que vai ganhar injeção de R$ 200 milhões do fundo.

 "Vamos acelerar a abertura de lojas. Serão 14 unidades neste ano, contra 11 no ano passado. Mas não vamos mudar nosso estilo de fazer negócio, que é baseado no tripé variedade, competitividade e serviço", avisa.

 Tendências internacionais, como transformar as lojas de brinquedos em braços de venda de eletroeletrônicos, por exemplo, estão fora de cogitação. "Se vierem com essa ideia teremos problemas", alerta."A Ri Happy inovou como uma empresa de prestação de serviços", diz o empresário, referindo-se tanto a relação com os clientes, quanto com os fornecedores.

 Um exemplo é o modelo de gestão de produtos consignados, que já atraiu a atenção da americana Toys "R"Us. As 116 lojas da rede têm como base a divisão do risco na venda.

 "O brinquedo tem alta sazonalidade, 50% é vendido entre outubro e dezembro. O fabricante prefere colocar o produto no ponto de venda do que deixá-lo no estoque e, por isso, a consignação funciona muito bem", diz.

Sayon garante que o negócio poderia ir bem, mesmo sem a injeção de recursos, mas desabafa: "O varejo é uma atividade dinâmica e desgastante. Estamos ficando velhos [ele e o sócio Roberto Saba] e não temos sucessor. A Ri Happy assumiu dimensões acima de nossa competência". Quanto a um possível arrependimento, provoca: "Pergunte-me daqui a um ano." Por Regiane de Oliveira
 Fonte:Brasil Econômico 25/05/2012

25 maio 2012



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