30 agosto 2011

Carlos Slim amplia aposta no Brasil e investe R$ 10 bilhões

Bilionário mexicano, dono da Claro, Embratel e Net, reforça rede de dados para faturar com novos serviços gerados pela internet móvel.

O grupo América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim, investirá R$ 10 bilhões no Brasil entre 2011 e 2012, em suas controladas Claro, Embratel e Net. O montante é destinado à ampliação de rede e a ações para conquistar novos mercados.
Em janeiro, Slim já havia anunciado investimentos de R$ 4,17 bilhões no país até o fim de 2011. No segundo trimestre do ano, as operações da América Móvil no Brasil geraram receita de R$ 5,7 bilhões, representando 27,7% do faturamento da holding no período.

A Claro, cujo faturamento no segundo trimestre foi de R$ 3,1 bilhões,receberá investimentos superiores a R$ 3,5 bilhões até 2012 - boa parte destinada a expandir e aumentar a capacidade da rede da companhia.

Do total, R$ 1,92 bilhão será aplicado este ano. "Não é só para ampliar, mas para preparar a rede para serviços de dados, que têm registrado grande avanço e, espera-se, crescerão ainda mais", diz Márcio Nunes, diretor de plataformas e de rede da Claro.

A meta é ter 100% das estações rádio-base 3G (antenas usadas na rede de telefonia celular) conectadas a uma rede de transmissão com a tecnologia de fibra óptica que terá 89 mil quilômetros.Com isso, a Claro terá uma rede IP RAN. Essa tecnologia quadruplica a capacidade de transmissão e aumenta a qualidade do serviço. Hoje, 73% das estações rádio-base da Claro estão conectadas dessa forma.
"Nos pontos da rede em que já fizemos isso, a média de uso de dados subiu 40%, porque o cliente ganha uma capacidade maior da rede e pode usar aplicações que demandam mais, como baixar vídeo", conta Nunes.

4G

Com a nova estrutura, a rede de transmissão da Claro estará pronta para oferecer serviços de quarta geração de telefonia celular, cujo leilão deve ocorrer no próximo ano.

Já no 3G, o efeito imediato esperado é a maior qualidade de serviços como banda larga móvel. Mas a Claro estuda outras possibilidades.

"Posso fazer combinações de serviços móveis e fixo com mais facilidade para o cliente." Um exemplo é incentivar o uso de redes sem fio Wi-Fi em residências, para que o cliente navegue na internet a partir dessa rede quando estiver em casa. Para a operadora, o benefício é escoar o tráfego das antenas quando o assinante não estiver em trânsito.

"Utilizamos a mesma rede de transmissão para o Wi-Fi e para o 3G, porque temos que transportar o tráfego para o ponto central da minha rede", diz.
O executivo afirma não ter "definição de futuro" sobre a integração de Net, Claro e Embratel, mas admite que, com mais capacidade de rede e pensando nessa nova leva de ofertas, tecnicamente é possível prestar serviços integrados, como, por exemplo, assistir a um vídeo da Net pelo celular na rede Wi-Fi.

Nova geração de serviços

A rival Tim, que tomou a vice-liderança da Claro na semana passada, também tem uma estratégia agressiva para aumentar sua capacidade de rede. Uma das ações mais recentes foi a compra da AES Atimus, que tem 5,5 mil quilômetros de fibra óptica em 21 cidades de Rio de Janeiro e São Paulo.

Com essa rede, a Tim poderá aumentar a qualidade de seu serviço de banda larga móvel e entrar no segmento de internet fixa com alta velocidade, além de entrar em TV paga.
Para Nunes, o mercado de telecomunicações entrou em uma nova fase, na qual a infraestrutura é a grande estrela. "O Brasil tem hoje mais de 220 milhões de celulares. Ainda que este número possa crescer nos próximos anos, o grande avanço será no uso de serviços de dados. E para crescer em dados é preciso investir na infraestrutura da rede de transmissão."
Fonte:brasileconomico30/08/11

30 agosto 2011



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