22 dezembro 2016

Há 20 anos, a Apple fechou um negócio que mudou sua história para sempre

Nesta semana, completaram-se 20 anos de um negócio que mudou a história da tecnologia. Em 20 de dezembro de 1996, a Apple anunciou a compra de uma pequena empresa de computadores chamada NeXT por cerca de 400 milhões de dólares.

Steve Jobs, o fundador da Apple, fora demitido da Maçã cerca de 10 anos antes. Ele era também fundador e presidente da NeXT, e acabou se reaproximando da diretoria de sua antiga empresa após o negócio. Foi graças a essa compra que Jobs assumiu, pouco depois, o cargo de CEO da Apple.

Quando Jobs retornou à Apple, a empresa estava a 90 dias de declarar falência. Seus produtos já não vendiam tão bem e seu portfólio estava repleto de bugigangas sem um foco estratégico claro. Foi graças à reestruturação promovida por Jobs - que cortou centenas de funcionários e eliminou o desenvolvimento de 70% dos produtos - que dispositivos como o iPod, o iPhone e o iPad nasceram.

O site Business Insider, em parceria com a empresa de análise de dados Statista, divulgou nesta semana um gráfico que dá uma nova dimensão sobre a importância da decisão da Apple de comprar a NeXT em 1996. Daquela época até hoje, a Apple decolou em valor de mercado e em receita.

Em 1997, um ano após o retorno de Jobs, a receita anual da Apple estava em US$ 7 bilhões. O gráfico abaixo mostra como esse valor cresceu ao longo dos anos, chegando a impressionantes US$ 216 bilhões em 2016. Além disso, o market share da Maçã há 20 anos era de US$ 3 bilhões, chegando a US$ 624 bilhões neste ano.

Não é difícil, porém, notar a queda nas receitas entre 2015 e 2016. Cinco anos após a morte de Jobs, muitos analistas acreditam que a Apple já não é mais a mesma, e é isso o que está reduzindo seus números de sucesso. É a opinião, por exemplo, de Dave Smith, editor do Business Insider que há mais de 10 anos cobre o setor de tecnologia nos EUA.

Nesta semana, o jornalista publicou um extenso artigo argumentando que "a Apple está perdendo seu foco novamente - e, desta vez, não existe um Steve Jobs para resgatá-la". "Hoje, a Apple vende 46 modelos de seus diversos produtos, de celulares a tablets, relógios, computadores e muito mais", escreveu Smith. "Mas mais importante do que o grande número de produtos é o número de reclamações legítimas sobre esses produtos. Parece que nenhum novo produto da Apple é imune a falhas ou defeitos."

O artigo cita como exemplo as novas versões do iPhone, que não trazem nada de realmente novo ao mercado; problemas na bateria dos MacBooks; fones de ouvido sem fio, os AirPods, com sérios problemas de design; e a aposta alta feita no Apple Watch, sendo que o mercado de relógios inteligentes acabou se mostrando um fracasso.

Isso sem falar no excesso de adaptadores que a empresa tem obrigado seus usuários a utilizar se quiserem, por exemplo, conectar seu novo MacBook Pro a qualquer coisa, ou mesmo um fone de ouvido com fio ao novo iPhone. Como ressalta outro analista do mercado, Jeff Dunn, hoje a Apple "ainda é uma empresa de smartphones numa época em que o mercado de smartphones está estagnado".

Ninguém sabe o que será do futuro da Apple. Os rumores sobre o próximo iPhone indicam uma mudança radical de design, e há planos para o lançamento de novas versões do Mac. Fora isso, circulam há alguns anos boatos de que a empresa pode lançar até seu próprio carro. Por enquanto, porém, o que se sabe é que a Apple precisa se reajustar ao mercado se quiser voltar àquela curva de crescimento que começou 20 anos atrás. Leia mais em olhardigital.uol 22/12/2016

22 dezembro 2016



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