30 setembro 2016

Fusões e aquisições caem ao menor nível em três anos

O valor total de fusões e aquisições no mundo despencou para o patamar mais baixo em três anos. Isso se deveu à soma recorde das propostas retiradas, ao recuo acentuado do nível de atividade de negócios nos EUA e à baixa recorde, em 20 anos, do envolvimento britânico em operações de aquisição.

Dados da Thomson Reuters mostram que o nível de atividade de fusões e aquisições desacelerou consideravelmente nos três primeiros trimestres de 2016. Nesse período, as companhias formalizaram US$ 2,37 trilhões em negócios desse gênero - uma queda de 22% em relação ao nível recorde de atividade de há um ano. A desaceleração foi mais aguda nos EUA, onde o valor das fusões e aquisições caiu 31% nos nove primeiros meses do ano, para US$ 1 trilhão.

Mas em todo o mundo uma série de grandes operações dessa natureza fracassou, contribuindo para o valor recorde de propostas retiradas, de US$ 692 bilhões.

"Há uma certa cautela, à luz do número de transações barradas", disse Rob Kindler, diretor mundial de fusões e aquisições do Morgan Stanley. Ele apontou para negócios condenados desde o início, como a fusão, por US$ 6,3 bilhões, entre a Staples e a Office Depot, que foi bloqueada pelos órgãos reguladores americanos sob a alegação de que as empresas teriam sido "obrigadas a fechar negócio por ativistas".

Transações no valor de US$ 5 bilhões ou mais responderam por US$ 817 bilhões do total, num recuo de 40% em relação a 2015. Porém, algumas das maiores operações do ano foram pactuada no terceiro trimestre, como a tomada de controle da Monsanto pela concorrente Bayer, por US$ 66 bilhões.

Daniel Wolf, do escritório de advocacia Kirkland & Ellis, de Nova York, disse que é um erro avaliar o mercado apenas pelo volume total das transações em dólares. "Uma unidade de medida muito melhor é o número total de fusões e aquisições realizadas, e esse número subiu significativamente", disse.

Dados mostram que foram anunciadas cerca de 140 transações de mais de US$ 1 bilhão no período de três meses encerrado no fim deste mês - em linha à média dos últimos dez trimestres.

Mas o envolvimento do Reino Unido na formalização de fusões e aquisições, que respondia por 10% a 20% da atividade mundial, recuou para 8% até agora este ano. A queda ocorreu no momento em que alguns grandes negócios, como a tomada de controle, por 24,3 bilhões de libras esterlinas, da empresa de projeto de chips Arm Holdings pelo japonês SoftBank, foram formalizados na esteira do referendo que aprovou a saída do Reino Unido da União Europeia.

O volume de fusões e aquisições europeias caiu 19% no ano, para US$ 484 bilhões, enquanto o nível de atividade da área na região da Ásia-Pacífico recuou 20%, para US$ 625 bilhões.30/09/2016 - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 30/09/2016

30 setembro 2016



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