A Bolsa da China fechou em queda de 8,46% nesta segunda-feira (24), na maior queda percentual diária desde 2007, e puxou a desvalorização das Bolsas da Ásia e do Pacífico. A queda também afeta as Bolsas da Europa e dos Estados Unidos, que operam em baixa. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a cair 6,5%.
O resultado do mercado de ações chinês recebeu o apelido de "Segunda-feira Negra".
O tombo nesta segunda-feira dá sequência às sucessivas quedas registradas nas últimas semanas. Só na semana passada, por exemplo, a Bolsa chinesa acumulou queda de 11,5%.
O que tem afetado o mercado de ações é a preocupação com o desempenho da economia chinesa, que vem desacelerando, segundo dados recentes. Na sexta-feira, um indicador (Caixin/Markit) mostrou que a atividade da indústria encolheu, em agosto, no ritmo mais rápido em quase 6 anos e meio.
China afeta exportações e importações mundiais
A desaceleração da China preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta e um dos maiores compradores de matérias-primas (chamadas de commodities), como ferro e petróleo. Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.
A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento também nesse indicador. No início deste mês, o governo desvalorizou a moeda local, o yuan, em relação ao dólar, numa tentativa de estimular as exportações.
A medida foi vista com receio pelo mercado, porque indica que o governo vê necessidade de intervenção para que o desempenho da economia melhore.
Medidas do governo não conseguem conter queda
Para tentar conter a queda das ações na Bolsa nas últimas semanas e reverter o pessimismo do mercado, o governo também lançou outras medidas.
A mais recente foi a decisão, no domingo (23), de permitir que fundos de pensão invistam na Bolsa do país. Inédita, a decisão tenta sinalizar que o governo confia na segurança de se investir em ações chinesas.
Mesmo com a medida, que poderia injetar bilhões de yuans em ações, a Bolsa chinesa voltou a cair nesta segunda. Pode ser um sinal de que os investidores não confiam na capacidade do governo de estimular a economia. Leia mais em Uol 24/08/2015
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Bolsa cai 3% e fecha no menor nível desde abril de 2009; só 2 ações sobem
Após chegar a cair 6,5% durante o dia, o Ibovespa (principal índice da Bolsa brasileira) reduziu as perdas e encerrou esta segunda-feira (24) com baixa de 3,03%, a 44.336,47 pontos. É a menor pontuação de fechamento desde 8 de abril de 2009, quando a Bolsa acabou o dia a 44.181,98 pontos.
Das 66 ações que compõem o Ibovespa, apenas duas fecharam no azul: Natura e Hering.
O tombo da Bovespa acompanhou o movimento das principais Bolsas do mundo, após o mercado de ações da China fechar em queda de 8,5%, na maior baixa percentual desde 2007.
O dólar comercial chegou a subir mais de 2% e atingir o patamar de R$ 3,57 pela manhã, mas depois reduziu o ritmo do avanço e fechou em alta de 1,62%, a R$ 3,553.
É o maior valor de fechamento desde 5 de março de 2003, quando o dólar valia R$ 3,555. Somente neste ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de 33,62% em relação ao real.
Bolsas internacionais
O principal índice de ações da Europa, o FTSEurofirst 300, fechou em baixa de 5,44%, aos 1.349 pontos. É a maior queda percentual diária desde novembro de 2008, no auge da crise econômica mundial.
As principais Bolsas europeias acompanharam a queda.
Itália: -5,96%
Portugal: -5,8%
França: -5,35%
Espanha: -5,01%
Alemanha: -4,7%
Inglaterra: -4,67%
As Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em queda acentuada, puxadas pela baixa no mercado chinês.
Coreia do Sul: -2,47%
Austrália: -4,09%
Cingapura: -4,3%
Japão: -4,61%
Taiwan: -4,84%
Hong Kong: -5,17%
China: -8,46%
(Com Reuters) Do UOL, em São Paulo 24/08/2015 > Atualizada 24/08/2015 17h56 Leia mais em Uol 24/08/2015
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