O número de dispositivos ligados à internet tem aumento de forma exponencial, o que fará com que a chamada "internet das coisas" (IoT, na sigla em inglês), que prevê que os mais variados objetos — de eletrodomésticos a carros — estarão conectados à rede, se transforme num dos maiores motores da economia mundial.
Um estudo recente divulgado pelo McKinsey Global Institute corrobora essa previsão, ao apontar que a IoT terá um valor econômico entre US$ 4 trilhões e US$ 11 trilhões em uma década, equivalendo a cerca de 11% da economia mundial.
Segundo o instituto, os fornecedores e empresas usuárias que se adaptarem mais rapidamente às novas tecnologias de IoT serão as que obterão os maiores ganhos. Isso, diz a McKinsey, significa criar um ecossistema completo, que inclui software, hardware e ferramentas de análise de dados, para atender companhias dos mais variados setores da economia. Para uma empresa de perfuração de petróleo, por exemplo, isso significa dispor de dados como temperatura ou a quantidade de elementos químicos em uma bomba por meio da monitoração remota. Na gestão de tráfego da cidade, isso pode significar a possibilidade de equilibrar corretamente as informações de carros, estradas e semáforos por meio de um dispositivo móvel.
"Isso traz um ganho para, por exemplo, a prevenção de incidentes, com base em dados oriundos de uma multiplicidade de fontes", diz Michael Chui, um dos autores do relatório. "Mas vai ser um desafio para as empresas encontrarem formas de organizar e se aproveitar dessa informação."
Para dar uma visão mais ampla dos potenciais benefícios e desafios envolvendo internet das coisas, o estudo analisou mais de 150 casos de uso, que vão desde pessoas que utilizam dispositivos para monitorar a saúde e o bem-estar até empresas que utilizam sensores para otimizar a manutenção de equipamentos e garantir a segurança dos trabalhadores (veja gráfico abaixo).
O McKinsey Global Institute listou alguns desses desafios:
– Interoperabilidade entre sistemas de internet das coisas é crítica. Do valor econômico total da IoT, a interoperabilidade é necessária para 40% dos sistemas, em média, e quase 60%, em algumas configurações.
– Atualmente, a maioria dos dados da internet das coisas não é utilizada. Por exemplo, uma plataforma de petróleo que tem 30 mil sensores, consegue analisar somente 1% dos dados. Isso porque essa informação é utilizada principalmente para detectar anomalias e falhas, em vez de usadas para otimização e previsões, que fornecem maior valor.
– Aplicações B2B (entre empresas) provavelmente vão gerar 70% mais valor do que as aplicações B2C (entre empresas e consumidor), embora as aplicações de consumo, tais como de dispositivos de monitoração de fitness e carros, possam gerar um valor significativo, também.
– A internet das coisas tem grande potencial nas economias em desenvolvimento. Ainda assim, estima-se que ela terá um impacto maior sobre o valor global nas economias avançadas. No entanto, as economias em desenvolvimento poderão gerar cerca de 40% do valor total da IoT, ou quase a metade, em algumas configurações.
– Os clientes irão obter benefícios. O estudo estima que os usuários (empresas, outras organizações e consumidores) podem gerar 90% do valor que a internet das coisas pode gerar. Esstima-se que em 2025, por exemplo, o monitoramento remoto pode gerar US$ 1,1 trilhão por ano, melhorando a saúde dos pacientes de doenças crônicas.
– Como em outras ondas tecnológicas, tanto os players históricos da indústria quanto os novos terão boas oportunidades. A digitalização, no entanto, vem deslocando a linha divisória entre empresas de tecnologia e outros tipos de empresas. Fabricantes de máquinas industriais, por exemplo, estão criando novos modelos de negócios usando links da internet para oferecer seus produtos como um serviço.
A digitalização de máquinas, veículos e outros elementos do mundo físico é uma idéia poderosa. De acordo com o relatório, mesmo nesta fase inicial, a IoT está começando a ter um impacto real, mudando a forma como as mercadorias são produzidas e distribuídas, ou como médicos e pacientes controlam a saúde. "Mas, para todo o potencial das aplicações de internet das coisas possa ser extraído, vai ser preciso investimentos em inovação, tanto em tecnologias quanto em novos modelos de negócios, bem como em novas capacidades e talentos", ressalta o estudo. Leia mais em TIInside 25/06/2015
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