Com a maturidade do varejo, shoppings com lojas com itens com descontos devem fechar o ano com dez empreendimentos no país
Depois de uma tentativa mal sucedida de implementação de outlets no Brasil, nos anos 90, a indústria de shoppings volta a olhar para esse mercado, embalada pelo desenvolvimento do varejo no país e, mais uma vez, pelo poder de compra da classe média. Não há um número fechado de quanto os empreendedores de shoppings estão investindo no segmento. Mas segundo uma fonte do setor, o custo gira, em média, entre R$ 80 milhões e R$ 150 milhões por shopping erguido. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Censo 2013-2014 da entidade mostrou que 13% dos shoppings são especializados. Desses, 12% pertencem à categoria dos outlets. Em 2012, esse percentual correspondia a 6%. Existem seis outlets em funcionamento e outros quatro com previsão de abertura ainda neste ano.
Michel Cutait, especialista em Shopping Center e Varejo e Diretor Executivo da Make it Work, diz que a redescoberta dos outlets tem ligação direta com a economia .
“Um dos propulsores desse mercado é o crescimento econômico e o ingresso de muitas empresas internacionais de varejo no mercado brasileiro. A indústria se profissionalizou. No passado, o varejo era menor, e portanto, poucas empresas tinham estoque suficiente para alimentar as lojas.Atualmente, a situação é diferente, e agora, os outlets encontram grandes oportunidades no Brasil. Os primeiros empreendimentos já estão começando a demonstrar que essa aposta pode ser interessante ”, afirma ele.
Michel lembra que apesar de haver um grande espaço para crescimento desse mercado no país, dificilmente chegaremos a bater a marca de 193 outlets, caso dos Estados Unidos, conforme dados da VRN Global Outlet Project Directory. O mercado brasileiro, segundo o setor, comportaria 30 unidades com esse perfil em todo o país.
Luiz Alberto Marinho, sócio da GS&MD Gouvêa de Souza, lembra que nos anos 90, a inflação era muito alta, as marcas tinham pouco prestígio e o consumidor não tinha visão de valor de produtos.
“Ainda trabalhamos com artigos de coleções passadas e itens com um padrão de qualidade inferior, que se traduz em um botão ou zíper diferente. Já nos Estados Unidos, 82% dos produtos de outlets são feitos para eles, exclusivamente”, destaca Marinho.
A General Shopping foi a primeira empresa do setor que investiu na retomada do mercado, com o Outlet Premium São Paulo, em 2009. De lá para cá, abriu um empreendimento em Brasília, em 2012, outro em Salvador, em 2013 e o próximo será inaugurado no início de 2015, no Rio. Todos em áreas periféricas para não canibalizar as operações tradicionais das marcas, afirmam especialistas.
“Estamos com mais três projetos que deverão ficar prontos até 2016. O outlet é um bom negócio para o lojista desovar estoques. Ainda falta muito para ter aqui marcas que invistam em uma divisão de produtos para outlets, como acontece em outros países. Aqui, somos os maiores parceiros da Nike, que tem produtos específicos para o mercado outlet, diz Alexandre Dias, diretor de Marketing e Varejo da General Shopping Brasil.
Segundo ele, hoje, o desafio do desenvolvimento dos outlets não é o terreno, mas ter mercadoria suficiente para abastecer todos os empreendimentos, afirma o executivo.
Além da General Shopping, o Iguatemi também está investindo no setor de outlets. Em 2013, foram R$ 46,2 milhões na aquisição de 41% do Platinum Outlet, em Novo Hamburgo (RS), que foi inaugurado em setembro daquele ano. Pouco depois a companhia anunciou outros dois projetos: Outlet Tijucas (SC), que fica pronto em 2015, e o Outlet Nova Lima (MG), em 2016.
A JHSF está investindo R$ 102,2 milhões no Catarina Fashion Outlet, primeiro empreendimento do grupo no segmento e que será construído no km 60 da Rodovia Castello Branco, em São Paulo, dentro do complexo Catarina, que tem como principal atividade um aeroporto para aviação executiva. De acordo com a empresa, será inaugurado até o final desse ano. A empresa já atua no setor com empreendimentos tradicionais.
Outlet de nicho é a aposta da Kochen Associados. A empresa, responsável pela implantação de shoppings de decoração como D&D (SP) e CasaShopping (RJ), abrirá o Casa Outlet, também de itens de decoração, na Rodovia Regis Bittencourt, em agosto, com investimentos de R$ 80 milhões, resultado de recursos vindos do fundo imobiliário Vida Nova, administrado pela consultoria Oliveira Trust. Erica Ribeiro Leia mais em brasileconomico.ig 15/07/2014
15 julho 2014
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terça-feira, julho 15, 2014
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Ruy Moura
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