28 outubro 2013

“Compra da Enterasys nos permitirá reverter queda da receita”, diz CEO da Extreme Networks

Charles “Chuck” Berger, CEO da companhia, fala sobre objetivos com a compra da fornecedora de soluções de rede

 Há cerca de seis meses como CEO da Extreme Networks, Charles “Chuck” Berger surpreendeu o mercado há pouco mais de um mês ao anunciar a compra de sua principal concorrente, a Enterasys Networks, por US$ 180 milhões. As duas empresas tinham posição média no mercado de redes, com receita em torno de US$ 300 milhões, e um discurso semelhante sobre a estratégia para o portfólio de redes definidas por software (SDN, na sigla em inglês). Em, julho foi divulgada a queda de 59% no lucro da Extreme no quarto trimestre fiscal, sobre uma receita mais fraca. Agora, “tudo muda”, garante o executivo.

 “Nossa receita estava, na verdade, caindo. E eu precisava consertar algumas coisas nas nossas operações para retomar a lucratividade. Foi então que eu me vi na oportunidade de comprar a Enterasys”, contou o executivo em entrevista realizada na última semana durante a Futurecom 2013, no Rio de Janeiro.

Ele explica sua missão como o principal executivo da Extreme Networks pode ser resumida em três pontos: ganhar escala, retomar lucratividade e corrigir a linha de produtos da companhia. Ele explica que, com o dobro do tamanho das operações, a organização ganha porte para investir em pesquisa e desenvolvimento para melhorar seu porfolio e, consequentemente, chegar nas suas três metas. “A compra da Enterasys nos permitirá reverter a queda da receita. O tamanho da Enterasys não é muito diferente do [tamanho] da Extreme. Se você olhar nosso balanço, verá que temos receita em torno de US$ 300 milhões. Isso me dá significativamente maior possibilidade de investir em pesquisa e desenvolvimento e marketing”, conta. Em resumo, o objetivo é deixar de prover apenas hotspots wi-fi e passar a incluir uma forte gestão de rede e segurança de rede, vindas da experiência da Enterasys. “Não éramos muito forte nisso”, detalha.

 Parte da motivação para a aquisição está mesmo na soma das operações, e é enfatizada durante toda a entrevista. Chuck diz que a companhia agora alcançou a quarta colocação no mercado de switches de internet. “Isso muda o mercado, a indústria como um todo e cria uma empolgação para ajudar a receita crescer com consistência. E vamos ser sinceros – não houve nada de muito empolgante nesse mercado nos últimos 20 anos”, relata. “Todo mundo que era maior que eu, agora é menor”, diz, otimista.

 E há possibilidades de mais fusões e aquisições, mas a longo prazo, pensando em aprimorar lacunas no portfólio. “Estou cuidando da compra de uma empresa que me custou US$ 180 milhões. Preciso primeiro digerir isso, e então ficaremos quietos por um tempo. Mas, depois que isso passar, com certeza a fome vai voltar e irei buscar algo para me alimentar”, brincou.

 Na América Latina, mercado que já vinha crescendo acima dos níveis globais há ao menos três anos, o Brasil é destaque ao lado de México, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. Entre seus clientes estão a Caixa Econômica Federal e a Funasa – e seguem o perfil do foco da companhia. “Grandes empresas, produtos direcionados para provedoras de serviço de telecomunicações, governo. Iremos trabalhar em soluções complexas para data center e campus network”, detalha o vice-presidente da Extreme Networks para vendas na América Latina, Carlos Perea.
Fonte: itweb 28/10/2013

28 outubro 2013



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