Com participação de 51% na universidade, grupo americano compra o restante por R$ 400 mi, segundo cálculo de fontes
A rede americana de ensino superior Laureate anunciou ontem a aquisição de mais 49% da paulistana Anhembi Morumbi, tornando-se sua única dona. O grupo estrangeiro era sócio do fundador Gabriel Mário Rodrigues desde 2005, quando comprou, por cerca de R$ 300 milhões, 51% da instituição, hoje com 31,5 mil alunos. O valor pago pelo restante da participação na universidade não foi divulgado, mas a estimativa de fontes do mercado é de que ultrapasse R$ 400 milhões.
"Em relação à estratégia, não muda nada, porque temos o controle da Anhembi Morumbi há oito anos", afirma o presidente da Laureate Brasil, José Roberto Loureiro. Ex-executivo do setor de seguros, com passagens pela Metlife e pelo Citigroup, Loureiro entrou na empresa americana em 2010 e assumiu a presidência no fim do ano passado.
A Anhembi Morumbi foi a primeira aquisição feita pela Laureate no mercado brasileiro. O negócio é visto no setor como um dos primeiros na onda de consolidação que tomou conta do segmento de ensino superior privado no Brasil nos últimos anos - capitaneada por empresas controladas por fundos de private equity.
A própria Laureate, com 750 mil alunos em 29 países, tem entre seus sócios o mega fundo de investimento americano KKR. "As instituições que têm participação de fundos lideram os processos de aquisição", diz Carlos Monteiro, sócio da CM consultoria, especializada em educação. "A Laureate não é a mais agressiva, mas está no jogo."
Embora seja mais lenta que as concorrentes no processo de consolidação, a Laureate já adquiriu outras dez instituições de ensino superior em oito Estados do País, entre elas a Business School São Paulo e a Universidade de Salvador. Só na expansão da Anhembi, os americanos investiram R$ 120 milhões.
Loureiro, presidente da Laureate, garante que o interesse do grupo é continuar investindo no Brasil, mas não dá detalhes sobre o plano de aquisição. "Pode ser que façamos três compras neste ano, pode ser que não façamos nenhuma."
Na última segunda-feira, um dia antes de anunciar a aquisição total da Anhembi, a Laureate recebeu um aporte de US$ 150 milhões da International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, para acelerar a expansão em países emergentes.
Fundador. A venda de sua participação para a Laureate não significa que o professor Gabriel Rodrigues, de 81 anos, esteja deixando totalmente a educação. Além de continuar como presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Rodrigues é sócio da gigante Anhanguera, controlada por um fundo da gestora de investimentos Pátria.
Esse fundo detém 17% das ações da Anhanguera e a holding da família Rodrigues detém 70% desse fundo. "Mas lá eu sou só acionista", explica o fundador da Anhembi. "Por orientação da família, vou tirar um sabático." Na volta, Rodrigues pretende tirar do papel o projeto de um instituto que vai financiar alunos talentosos de escolas públicas brasileiras. NAIANA OSCAR
Fonte: O Estado de São Paulo 30/01/2013
30 janeiro 2013
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quarta-feira, janeiro 30, 2013
Compra de empresa, Consolidação, Educação, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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