15 fevereiro 2012

Para WEG, crise na Europa é oportuna para fazer aquisições

Para o diretor de relações com investidores da WEG, Laurence Beltrão Gomes, a crise na Europa é uma oportunidade para a empresa realizar aquisições. “Europa é berço da tecnologia”, ressaltou ele, destacando que o movimento de aquisições por parte da companhia é favorecido também pela depreciação das moedas dos países desenvolvidos em relação ao real.

Segundo ele, a guerra cambial é uma realidade e a empresa precisa aproveitar a oportunidade que provém do real valorizado neste momento. “Para as exportações, essa situação diminui a competitividade, mas sob o ponto de vista de aquisição, este processo é benéfico”, disse.

A WEG tem como estratégia para 2012 realizar aquisições e parcerias, dando continuidade a um movimento iniciado em 2010 e aprofundado, especialmente, no último trimestre de 2011. Gomes não revela quantas novas aquisições serão feitas em 2012, nem o volume de recursos que estão em questão para isso.

“Uma empresa com a aspiração da WEG precisa continuar com esse movimento. Há muitas oportunidades, sempre estamos analisando como capturá-las e terminamos 2011 com uma maior visibilidade dos passos futuros”, diz ele, referindo-se ao planejamento estratégico de longo prazo feito em parceria com a consultoria McKinsey, que prevê receita líquida operacional de R$ 20 bilhões em 2020, quatro vezes mais do que a receita de 2011.

No ano passado, a empresa demonstrou forte apetite em aquisições e parcerias: formalizou uma joint venture com o grupo espanhol M. Torres Olvega Industrial (MTOI) para a criação de uma joint venture para a fabricação, montagem, instalação e comercialização de aerogeradores e fornecimento de serviços de operação e manutenção dessas peças no Brasil. Além disso, a companhia adquiriu a Watt Drive, na Áustria, voltada à área de redutores, motorredutores, inversores de frequência e sistemas de acionamento. A WEG ainda formalizou uma joint venture com a empresa Cestari no Brasil, para desenvolvimento, fabricação e comercialização de redutores e motorredutores; e adquiriu uma unidade da GE Energy nos Estados Unidos.

Segundo Gomes, as aquisições da companhia seguem duas diretrizes básicas: compra de tecnologia (novas tecnologias e/ou produtos sinérgicos) e compra de market share (participação). Ele explica que a WEG “não está atrás de capacidade produtiva", mas as compras que representem ganho de mercado e de tecnologia.

Segundo ele, cada país é uma realidade a ser analisada separadamente. Em alguns, se encontra mais tecnologia, em outros, o ganho vem de market share. “A Europa tem mais tecnologia, mas às vezes você pode encontrar tecnologia e mercado, como ocorreu com a compra nos Estados Unidos”, exemplificou, citando o caso da Electric Machinery (EM) da GE Energy, que fabrica motores, geradores e excitatrizes que são fornecidas, principalmente, aos mercados de petróleo e gás e geração de energia.

Gomes diz que a empresa aumentou seu market share na Europa e Estados Unidos em 2011, mas não revela quão importante esses mercados ficaram nem quanto poderão vir a ser em 2012.

Pelos dados de resultado da WEG em 2011, a receita operacional líquida é possível obsevar um crescimento relativo menos robusto no mercado interno e justamente uma aceleração do crescimento e da participação do exterior no faturamento total, em parte pela aquisições já feitas. Em 2011, a receita atingiu R$ 2,9 bilhões no mercado interno, com crescimento de 9% sobre o ano anterior e representando 56% da receita operacional líquida total.

Já o mercado externo cresceu mais: 33% sobre o ano anterior, quando a comparação é feita pelos valores em reais (R$), tendo sua receita operacional líquida somado R$ 2,3 bilhões. Com esse incremento, ela passou a representar 44% da receita operacional líquida total.

Segundo Gomes, o mercado externo poderá representar 50% da receita total no médio a longo prazo. Por Vanessa Jurgenfeld
Fonte:Valor15/02/2012

15 fevereiro 2012



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