27 julho 2019

A misteriosa e polêmica startup de Peter Thiel

A Palantir presta serviços para CIA, FBI e Exército. Ela vale US$ 20 bilhões, vai abrir o capital e está, agora, no meio de uma polêmica com a imigração dos EUA. Entenda o caso

Muito antes de ser um reality show, o Big Brother era um mecanismo de controle descrito no livro “1984”, do escritor e jornalista inglês George Orwell. Agora, a fantasia parece ganhar contornos de realidade no Vale do Silício, onde uma das empresas mais misteriosas da região, a Palantir, começa a se envolver em algumas situações, no mínimo, suspeitas.

A Palantir foi fundada, em 2003, por Alexander Karp, Garry Tan, Joe Lonsdale, Nathan Gettings, Stephen Cohen e Peter Thiel. O mais ilustre deles é Thiel, um investidor renomado, cofundador do meio de pagamento PayPal e membro do conselho do Facebook. Ele é ainda um dos poucos empresários do Vale do Silício a apoiar o republicano Donald Trump.

A empresa de Thiel desenvolve softwares capazes de analisar e integrar dados a fim de responder velhas e novas questões. Desde sua origem, a Palantir recebeu mais de US$ 2 bilhões de fundos de investimentos em 22 rodadas de captação. Seu nome foi extraído do livro “O Senhor dos Anéis”, do autor inglês J. R. R. Tolkien, que descrevia uma Palantir como uma espécie de bola de cristal, permitindo que seu detentor enxergasse o que se passava em lugares remotos.

A Palantir começou suas atividades desenvolvendo ferramentas para impedir transações fraudulentas feitas com cartões de crédito. “Mas logo perceberam que esse mesmo método de análise de padrões poderia ser usado para vigiar outros tipos de atividades criminosas, incluindo ações terroristas e tráfico de drogas”, explicou ao NeoFeed o especialista Bernard Marr, autor de best-sellers relacionados a tecnologia, entre eles a obra Data Strategy.

Isso fez com que o próprio governo americano se tornasse um dos principais clientes da Palantir, que presta serviço ao Exército local, à CIA e até ao Pentágono. Nos documentos vazados por Edward Snowden, em 2013, a Palantir também foi mencionada: a empresa teria colaborado para a expansão da vigilância e espionagem global, feitas pela NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA.

Um dos contratos mais polêmicos e longevo da Palantir é o firmado em 2014 com o Immigration and Custom Department (ICE), departamento do governo americano responsável pelo controle migratório nos EUA. Estima-se a que a autarquia pague entre US$ 41 milhões e US$ 51 milhões à empresa de Thiel. O acordo garante ao governo acesso à base de dados e aos softwares de gerenciamento da companhia californiana.

O ICE estaria utilizando a plataforma para planejar o que pode ser a maior operação de fiscalização contra famílias ilegais em território americano

Recentemente, porém, críticos e ativistas têm contestado a forma e o nível de detalhes que a Palantir fornece sobre as pessoas e a forma como isso tem sido usado pelas autoridades... Leia mais em neofeed 26/07/2019




27 julho 2019



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