Três ex-executivos da Dasa estão investindo numa nova rede de laboratórios de análises clínicas voltada para o público de baixa renda, a Labi Exames.
O empreendimento tem como idealizadores Marcelo Noll Barboza, presidente da Dasa entre 2008 e 2012 e conselheiro da companhia até o ano passado; o médico Octávio Fernandes, que foi vice-presidente de operações nos últimos 18 anos; e Luis Terepins, que presidiu o conselho de administração da Dasa de 2009 a 2011. Terepins, da família fundadora da incorporadora Even, é o investidor da Labi Exames e ocupa a presidência do conselho da nova rede de laboratórios.
O modelo de negócios da Labi é diferente da Dasa e de seus demais concorrentes. A começar pelo fato de que a Labi não atende operadoras de planos de saúde. A fim de atrair o público que não tem convênio médico e que não consegue atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), a nova rede está firmando parcerias com empresas que não oferecem plano de saúde a seus funcionários e clínicas médicas populares.
A Labi promete preços competitivos. Um hemograma completo, por exemplo, sai por R$ 9,60. Para efeitos de comparação: no Lavoisier, bandeira popular da Dasa, esse mesmo exame quando pago do bolso do paciente custa R$ 13. O laboratório a , marca intermediária do Fleury, cobra R$ 76 pelo mesmo exame.
Essa diferença de preço é devido a uma combinação de fatores. "Um dos motivos para ter um custo menor é que não atendemos operadoras de planos de saúde. Com isso, podemos ter uma estrutura administrativa enxuta, não precisamos de uma equipe para analisar os pagamentos dos convênios, as glosas [quando a operadora atrasa o pagamento]", disse Barboza, presidente da Labi Exames. Ele era até março deste ano o CEO da Valeant, fabricante das lentes Bausch Lomb.
O custo também é menor porque a rede trabalha só com análises clínicas, não há oferta de exames de imagem que demandam investimento em equipamentos. O processamento dos exames é feito fora da Labi. Já foi fechada parceria com o laboratório de exames espanhol Cerba.
Outra estratégia é realizar uma boa parte dos exames em domicílio, evitando com isso um fluxo elevado nas unidades. "Estamos contratando enfermeiros e agentes de saúde qualificados para ir na residência ou trabalho das pessoas e fazer os exames", disse Fernandes, patologista clínico e vice-presidente de operações da Labi. Ele explica que o resultados dos exames terão uma linguagem bem acessível: "Se o resultado estiver alterado, vamos informar isso e recomendar que o paciente procure um médico".
A primeira unidade da Labi foi inaugurada há cerca de 15 dias no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, e a segunda será aberta até o fim de novembro no centro da capital paulista. A meta é chegar no próximo ano com sete unidades em São Paulo. "Queremos atender cerca de três milhões de pacientes por ano em 2022", afirmou Terepins, que não revelou o valor do investimento no negócio. Além da Labi, Terepins tem investimentos em negócios como educação, mercado imobiliário e energia, entre outros.
"Há 15 anos tenho ligações com saúde como voluntário da AACD e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Agora, estou investindo no setor porque estou ao lado de duas pessoas com muito conhecimento. Um bom investimento é ter ao lado esse conhecimento todo, [isso] não poderia ser desperdiçado", disse Terepins. Fonte: Valor Econômico Autor: Beth Koike Leia mais em tudofarma 30/10/2017
30 outubro 2017
Ex-executivos da Dasa abrem laboratório para baixa renda
segunda-feira, outubro 30, 2017
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Ruy Moura
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