29 junho 2017

Cade barra megafusão no ensino superior

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do Ministério da Justiça encarregado pela defesa da concorrência, barrou, nesta quarta (28), por 5 votos a 1, a compra da rede de ensino superior Estácio pela Kroton, líder de mercado.

O julgamento marcou a chegada do novo presidente do Cade, Alexandre Barreto, que tomou posse na semana passada e participou nesta quarta de sua primeira sessão.

Analistas e as empresas envolvidas na operação tinham a expectativa de que, com Barreto no comando, a transação pudesse ser aprovada.

Não foi o que ocorreu. Barreto, último a votar,decidiu pela reprovação acompanhando quatro conselheiros: Gilvandro Araújo, João Paulo de Resende, Alexandre Cordeiro Macedo e Paulo Burnier.

O negócio criaria um gigante na área de educação com cerca de 1,4 milhão de alunos avaliado em R$ 30 bilhões.

Com as condicionantes impostas para a aprovação pela conselheira Cristiane Alkmin, relatora do caso, a nova empresa teria 19% do mercado.

No entanto, segundo a maioria dos conselheiros, os ganhos de escala deixariam a nova companhia “grande demais”, com faturamento equivalente à soma dos sete maiores concorrentes.

Para aprovar a transação, Alkmin recomendou que a Kroton criasse uma nova empresa com a marca Anhanguera, com 120 mil alunos de ensino a distância e 134 mil na rede presencial e que ela fosse vendida. A “nova Anhanguera” nasceria como a quarta maior do setor em número de alunos e valeria cerca de R$ 5 bilhões.

Hoje, diz a relatora, há um mercado potencial de 12 milhões de alunos no segmento.

A competição seria estimulada ainda por outras condicionantes impostas à Kroton, que teria de ficar cinco anos sem novas aquisições e um ano sem propaganda.

“Isso daria espaço para que a empresa [a nova Anhanguera] crescesse. Haveria até desconcentração de mercado em muitas cidades”, disse.

REMÉDIOS Contrariando a relatora, o presidente do conselho ponderou que, no passado, a aquisição da Anhanguera pela Kroton, aprovada pelo Cade em 2014, teve remédios que não foram cumpridos integralmente.

O conselheiro Araújo considerou que as empresas envolvidas ficariam ainda maiores porque já têm pedidos de registros de abertura de novos polos no Ministério da Educação. Por isso, vetou a operação.

Para Resende, remédios só são válidos quando os desvios são pequenos, o que não se verificou nesse caso.  - Folha de S.Paulo Leia mai em portal.newsnet 29/06/2017

Decisão abre portas para avanço da concorrência

A decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de reprovar a compra da Estácio pela Kroton, que uniria as maiores instituições de ensino superior privado do país, abre as portas ao avanço da concorrência no ensino a distância.

A partir de agora, competidores de porte relevante, como Anima, Ser Educacional e a própria Estácio, terão melhores condições de expandir suas operações, não só devido ao fracasso da transação pretendida como também pela mudança promovida pelo MEC (Ministério da Educação) nas regras para a oferta de ensino a distância.

Neste mês, o MEC deu mais autonomia para a expansão de polos nessa modalidade de ensino,e a abrangência da expansão dependerá dos indicadores de qualidade apresentados pelas instituições.
“A Kroton ficou com dois problemas: não ter concluído a compra e enfrentar os novos concorrentes que surgem dessa mudança do MEC, tanto os que já são grandes como os regionais”, diz William Klein, presidente da consultoria especializada Hoper.

Segundo especialistas, Kroton e Estácio devem sofrer os efeitos da decisão com o aprofundamento na desvalorização das ações que já vinha ocorrendo nos últimos dias, diante das previsões de que o negócio fracassaria.

Após o resultado,aKroton soltou comunicado dizendo que mantém um “sólido plano de longo prazo” que envolve o lançamento de unidades de ensino presencial, cursos nas unidades atuais e credenciamento de polos de ensino a distância, “além de continuar monitorando oportunidades de crescimento”.

Carlos Monteiro,presidente da CM Consultoria, estima que, “passada a ressaca, a Kroton tem o caixa cheio de dinheiro para ser uma forte consolidadora no ensino médio e fundamental”. 29/06/2017 - Folha de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 29/06/2017




29 junho 2017



0 comentários: