17 maio 2017

O que não falar para o investidor

O ecossistema de startups avança e com ele o aporte financeiro também. De acordo com a Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento-anjo, o aumento de 11% a 15% ao ano resultou em uma injeção de R$ 784 milhões nas empresas em estágio inicial do Brasil no ano de 2015.

Todo empreendedor tem na cabeça que sua startup é diferente, inovadora, que é a melhor de todas e que vai ser o mais novo unicórnio do planeta. Mas criar algo disruptivo é o que todos querem e só alguns conseguem, pois além do sonho e da crença precisa ter conhecimento nas mais diversas áreas e carregar uma bagagem com muita experiência. Listei sete dicas do que não falar na frente de um investidor anjo e garantir um investimento no seu negócio.

1. Ainda é uma ideia, não tenho MVP (Minimum Viable Product)
Não queime o contato e ocupe o tempo do investidor se não tiver com um MVP pronto e rodando. Quando digo MPV estou falando de, no mínimo, o seu negócio funcionando em uma fase resumida, enxuta ou beta e não uma landing page com os links de quem somos, onde estamos e o que fazemos. Ninguém investe em ideias e para não queimar a largada só peça dinheiro do anjo quando você tiver esta etapa rodando e validada.

2. Sou apenas eu, ainda não tenho um time formado.
Ninguém vai para guerra sozinho, isso é suicídio! Antes de ter pelo menos 3 pessoas em seu time com uma certa experiência, conhecimentos complementares e fundamentais é praticamente impossível alguém investir em você.

3. Tenho outra atividade e toco a startup em paralelo.
Isso seria a mesma coisa que falar que sua startup é um bico, um hobby, que ela está em segundo plano e que não é a sua prioridade. Já é difícil competir trabalhando incansavelmente e se esse é o seu caso, decida-se, escolha um dos lados ou arranje outro passatempo.

4. Meu programador é freelancer. Meu desenvolvimento é terceirizado.
Nenhuma startup consegue decolar com a tecnologia terceirizada. Independente do modelo de negócio ou segmento de mercado, você sempre irá depender da tecnologia então será um tiro no pé achar que pode tratar e resolver isso apenas com alguns programadores "freelas". Tenha no mínimo um CO-Founder nerd na sua startup e aumente a equipe conforme os investimentos e a demanda.

5. Não tenho concorrentes.
Impossível algum negócio não ter concorrente direto ou indireto hoje em dia. Pode ser que seu negócio tenha um propósito de valor diferente, uma inovação no modelo mas mesmo assim é certeza que tem concorrentes e você é obrigado a conhecer todos eles. Você precisa conhecer a fundo todos os seu competidores, diretos e indiretos, similares ou parecidos e entender a possibilidade e os riscos deles copiarem a sua inovação e prejudicarem o seu crescimento.

6. Investi um pouco do meu dinheiro e agora estou buscando mais investimento.
Um pouco? Esse é o negócio da sua vida não é? Então você precisa investir tudo e mais um pouco antes de pedir dinheiro para um anjo. Ele precisa saber que agora você não tem mais de onde tirar.

7. Se eu errar eu aprendo.
Isso vai fazer o investidor rasgar o seu cheque! Investidor nenhum quer escutar isso e saber que você está disposto a errar com o dinheiro dele. Ele quer que você acerte bem na mira! Isso é um mito até no Vale do Silício!

Lógico que quando erramos, aprendemos. Isso faz parte da nossa natureza desde que nascemos. Mas glorificar a falha; sim, é um grande erro. O fracasso não é algo bom principalmente com o dinheiro do anjo então tire isso dos seus argumentos. Mesmo sabendo que o caminho do sucesso é pavimentado com as falhas, elas nem sempre precisam ser as suas. * Por Marcio Kogut - é investidor, idealizador da 20Startups.com e CEO da Kogut eBusiness, empresa especializada em consultoria e inovação. Júlia Merker  Leia mais em baguete 17/05/2017

17 maio 2017



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