05 março 2015

Eleva busca colégios para aquisição

O Grupo Eleva Educação, holding de educação que tem entre seus investidores o empresário Jorge Paulo Lemann, pretende chegar ao fim de 2018 com 50 mil alunos matriculados em colégios próprios e mais 100 mil estudantes de outras escolas usando seu sistema de ensino. Atualmente, são 28 mil alunos próprios e outros 23 mil com o sistema de ensino Eleva. Essa expansão virá de crescimento orgânico e de aquisições de colégios localizados, principalmente, no Nordeste e Centro-Oeste do país.

Criado há apenas um ano e meio, o Grupo Eleva já recebeu investimento de cerca de R$ 100 milhões que foram usados para aquisição de três colégios – Pensi e Elite, no Rio de Janeiro, e Coleguium, de Minas Gerais – e desenvolvimento do sistema de ensino que já atende a 80 escolas, além de um curso preparatório on-line para exames do ENEM.

Os recursos vieram do Gera, empresa de investimentos focada em educação que tem como investidor um grupo formado por cerca de 20 empresários como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Claudio Haddad. “Em 2010, o Jorge Paulo [Lemann] buscava um negócio na área de educação com fins lucrativos e eu também queria usar a experiência que havia adquirido no setor de ensino”, contou Duda Falcão, diretora-executiva do Gera. Duda começou a acompanhar o setor de educação em 2007, quando era do banco Pactual, e posteriormente trabalhou na Secretaria de Educação do Rio, na gestão de Claudia Costin.

Hoje, o Gera detém cerca de 70% do Eleva e os demais 30% estão nas mãos dos fundadores dos colégios e executivos da holding.

Lemann foi o primeiro investidor e ainda detém uma participação relevante no Gera. Os demais sócios entraram quando a holding fez a primeira aquisição, o colégio Pensi, em 2013. “Tanto Lemann quanto os demais investidores, que têm um perfil focado em meritocracia, nos ajudam na gestão do Eleva”, diz Rafaela Villela, diretora-executiva do Gera.

A escolha do Nordeste e Centro- Oeste como alvos de aquisições não é a toa. Além da carência de colégios de ensino de alta qualidade com mensalidades entre R$ 1 mil e R$ 1,6 mil, as universidades federais dessas regiões usam o ENEM como processo seletivo.

Um dos diferenciais do Eleva é a adoção de uma metodologia didática focada no aprendizado contextualizado – característica do ENEM. Já vestibulares como da Fuvest, Unicamp e Unesp priorizam o conhecimento de todo o conteúdo didático.

Essa é a metodologia usada pela maioria dos colégios e cursos de pré-vestibular, principalmente de São Paulo. “Por isso, não estamos em São Paulo, que é a maior praça do país, mas onde predomina o outro tipo de vestibular”, explicou Bruno Elias, CEO do Eleva.

Com passagem pelo banco Opportunity, Elias é ex-aluno do colégio Pensi e foi primeiro colocado no vestibular do IME (Instituto Militar de Engenharia) em 1999. O executivo destacou ainda que mais do que conhecimento técnico, uma de suas prioridades é desenvolver habilidades como comunicação, iniciativa e interação nos seus alunos.

Há uma adesão crescente das universidades federais pelo ENEM como processo seletivo. No entanto, a maior parte dos colégios e cursos preparatórios ainda não migrou sua metodologia de ensino, até porque importantes universidades como USP, Unicamp e Unesp ainda adotam o vestibular tradicional.

Outro projeto da holding para o próximo ano é a criação de um colégio premium que terá a bandeira Eleva e ficará no Rio de Janeiro.

Além do Eleva, o Gera tem um outro braço que investe em startups voltadas para tecnologias aplicadas à educação. Já foram investidos aproximadamente R$ 20 milhões em empresas como Geekie, Starline, Manga High, Kaltura e Rota dos Concursos.

“Uma das principais tendências em educação é a tecnologia e precisamos acompanhar de perto e entender seu impacto no aprendizado. Há uma sinergia nos negócios porque as nossas escolas usam essas tecnologias”, destaca Rafaela. Beth Koike – VALOR ECONÔMICO Leia mais em educacionista 05/03/2015

05 março 2015



1 comentários:

Sandra Inacio disse...

Só falta estruturar a base do ensino fundamental I , ainda há algumas dificuldades quanto ao material didático mais consistentes. Adequar ao mundo digital que vivemos.Nova geração