16 janeiro 2015

OAS avança em venda de ativos e atrai interesse de estrangeiros

O grupo OAS deu início, na semana passada, ao processo formal de venda de uma grande lista de ativos com o objetivo de fazer caixa e ajudar a equacionar sua delicada situação financeira decorrente da Operação Lava-Jato. Paralelamente, a empresa deflagrou um processo de reestruturação branca de sua dívida com bancos e investidores e estuda alternativas como um pedido de recuperação judicial.
Até o momento, entre 20 e 30 grupos de diferentes países demonstraram interesse em analisar as empresas e projetos dispostos na prateleira da OAS, conforme apurou o Valor.

Estão na lista os 24,4% do capital da Invepar (empresa que detém concessões de rodovias, de metrô e do aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo), três estádios de futebol (Grêmio, Dunas e Fonte Nova), as empresas de saneamento Samar (em Araçatuba) e Sagua (Guarulhos), a participação acionária no estaleiro Enseada do Paraguaçu (Bahia), o Porto Novo (Rio), a OAS Óleo e Gás e diversos empreendimentos residenciais.

Só a fatia na Invepar é avaliada em R$ 2,7 bilhões, segundo informações do fundo de pensão Petros – que detém fatia praticamente igual na empresa de concessões de infraestrutura.

Os negócios encontram-se em diferentes estágios de funcionamento. As arenas e também as empresas de saneamento reunidas na OAS Soluções Ambientais já são operacionais. O Porto Novo ainda está em fase de projeto, assim como os empreendimentos imobiliários. O estaleiro é operacional, mas seu andamento depende da Petrobras, o que adiciona um risco à sua avaliação com a estatal sob investigação. A OAS Óleo e Gás é um misto de empresa operacional e projetos.

De acordo com pessoa a par do assunto, além de investidores brasileiros, o processo atraiu interesse de grupos da Ásia, do Oriente Médio, da Europa, do Canadá e dos Estados Unidos.

O interesse ainda é preliminar, já que todos esses processos de venda, que serão tocados em paralelo, apenas começaram.

A informação sobre a intenção de vender ativos foi antecipada pelo Valor em 16 de dezembro. Depois disso, a companhia já comunicou ter contratado como assessor financeiro a G5 Evercore e como assessores legais os escritórios Mattos Filho e White & Case.

A OAS é uma das empreiteiras implicadas no escândalo de corrupção da Petrobras, suspeita de fazer parte de um cartel de construtoras e de terem pagado propinas após obter contratos com a estatal. Em 29 de dezembro, a empresa foi incluída em lista divulgada pela Petrobras com as 23 empresas impedidas de fechar novos contratos com a estatal.

O grupo teve o acesso ao crédito bancário cortado e foi a primeira das empreiteiras implicadas na operação da Polícia Federal a dar sinais concretos de aperto financeiro. Neste início de ano, deixou de pagar US$ 16 milhões em juros a credores de bônus externos e outros R$ 100 milhões a detentores de debêntures. Por Vanessa Adachi  Fonte: Valor Econômico Leia mais em tbsconsultoria 15/01/2015

16 janeiro 2015



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