A maior fabricante de cerveja do Japão, a empresa Kirin Holdings,
estaria oferecendo R$ 2 bilhões para comprar a parte dos acionistas
minoritários do Grupo Schincariol, segundo informações da agência de notícias Bloomberg.
Com a oferta, os japoneses pretendem sustar a disputa jurídica que teve início
logo após a compra, há pouco mais de um mês, do controle da empresa brasileira.
Segundo a agência de notícias, a proposta tem valor por ação próximo ao
que a Kirin concordou em pagar para os acionistas majoritários Adriano e
Alexandre Schincariol, filhos do fundador Nelson Schincariol. Os japoneses
pagaram R$ 3,95 bilhões por 50,45 % da Schincariol, além de assumir metade das
dívidas financeiras do Grupo Schincariol, que somaria R$ 1,1 bilhão.
Fora da discussão estaria o passivo trabalhista e as dívidas fiscais da
companhia brasileira, estimadas em R$ 2,1 bilhões, segundo dados referentes a
2010. Essa parte do acerto envolveria tanto os majoritários quanto os
minoritários que, ultimamente, têm conversado apenas por meios de seus
advogados.
Preferência.
Assessores dos minoritários, consultados pelo Estado,
informam que, 'até o momento, não há nada de concreto sobre as negociações com
a Kirin'. Os primos de Adriano e Alexandre, que possuem 49,55% das ações da
Schincariol - José Augusto Schincariol, Daniela Schincariol e Gilberto
Schincariol Junior -, entraram na Justiça justamente para bloquear o negócio.
Alegam que têm direito de preferência na compra da empresa.
A disputa na Justiça, prevista para ter um desenlace apenas em meados de
outubro, impede a Kirin de entrar no mercado que é o maior da América Latina. O
Brasil tem sido cobiçado por todos os grupos globais.
A Schincariol é líder no mercado Nordestino, que, por sua vez, tem sido
o que apresenta os maiores índices de aumento de consumo de cerveja no mercado
interno. Com 11, 2 % de participação, pelos dados Nielsen de março, a empresa
ocupa o segundo lugar, atrás da Ambev, o braço brasileiro da maior cervejaria
mundial, o grupo AB InBev.
A venda para os
japoneses foi surpresa. Havia pretendentes que eram considerados mais fortes
para a compra da Schincariol. A Kirin correu por fora. O preço que pagou,
considerado alto, pode ficar maior se fechar com os minoritários. Mas, mesmo
assim, as suas ações subiram na Bolsa de Tóquio ontem. Por Marili Ribeiro,
Fonte:estadao1/10/2011
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