Em entrevista ao InfoMoney, Armando Marchesan fala sobre disparada do e-commerce na pandemia, resultados e investimentos
Inserida em um setor que foi altamente beneficiado pela pandemia de coronavírus, a empresa de logística Sequoia (SEQL3) acredita que parte do boom do e-commerce causado pelas medidas de restrição de mobilidade por causa da Covid-19 vai continuar após a descoberta da vacina. Com perfil consolidador, ela tem seis aquisições em análise, sendo uma em fase final, e diz que pode sim ter interesse em comprar os Correios em uma eventual privatização.
“Depende muito do formato que vier. A gente acha que num formato all in, 100% dele, com todas as dívidas, seria um processo mais complexo para a gente participar. Eu acho que poderia inibir a nossa participação, mas dependendo do formato que vier, se vier eventualmente por regiões ou por produtos, se vier em algum outro formato, aí eu acho que é natural, e a Sequoia como grande player nesse mercado avalia”, disse Armando Marchesan, CEO da companhia.
Ele afirmou que a Sequoia está posicionada no Brasil todo, mas que eventualmente numa venda dos Correios por regiões, daria preferência para “as regiões mais distantes”, já que hoje 70% de suas operações são voltadas para o interior do país. “No Sudeste obviamente é onde você tem os maiores volumes, mas aqui talvez a gente não precisaria dessa capilaridade dos Correios”, disse.
Com caixa forte após o IPO no começo de outubro, no qual levantou pouco mais de R$ 900 milhões, a Sequoia vai destinar R$ 331,4 milhões da oferta primária (na qual os recursos entram no caixa da companhia), líquidos de impostos, taxas e comissões, à expansão inorgânica por meio de aquisições (cerca de R$ 165 milhões), a investimentos em automação e novas tecnologias (cerca de R$ 83 milhões) e à otimização da estrutura de capital (cerca de R$ 83 milhões).
Segundo a Economatica, das 24 ações lançadas em IPOs na B3 em 2020, as da Sequoia têm o segundo melhor desempenho desde seu lançamento, com alta em torno de 30%. Até a última quinta-feira (26), o valor de mercado da companhia se aproximava de R$ 2,3 bilhões.
“Já recebemos duas ou três pesquisas diferentes e a nossa ação está em segundo lugar como a segunda melhor ação de IPO em 2020, atrás apenas da Locaweb (LWSA3). (…) Nossos investidores institucionais estão muito felizes com isso. A gente ainda vê potencial de crescimento da ação, com base no que os analistas destacam em seus relatórios”, disse Marchesan.
“Outro fato interessante sobre isso é que a Sequoia ainda é uma empresa desconhecida para o investidor individual. Temos uma relação forte B2B com marcas, mas você não vê lojas da Sequoia na rua, você não vê um app direto para o consumidor, a gente não é um iFood, a gente não é Loggi, a gente é uma empresa que eu brinco que está no backstage. Então, a gente não é uma empresa conhecida do grande público”, completou.
Ele citou que a expectativa da Sequoia é de que o bom desempenho da ação no longo prazo possa atrair mais investidores pessoas físicas na Bolsa. “O acesso ao nosso site tem aumentado, a procura pelos resultados também, vemos um interesse crescente na companhia. Mas o investidor pessoa física começa a procurar mais informações ao passo que a ação vai tendo uma boa performance, e a gente tem tido bom interesse por investidor institucional. Mas estamos só no começo dessa jornada.”
Resultados em alta
A Sequoia fechou o terceiro trimestre com aumento de 124% na receita líquida, na comparação anual, para R$ 277,5 milhões — fruto do crescimento de 84% na quantidade de pedidos no período, totalizando 11,8 milhões. Houve avanço de 94% no segmento B2C e de 28% nos pedidos B2B.... Leia mais em infomoney 29/11/2020
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