15 março 2018

OI e TIM avaliam possível união

Fusão entre as duas empresas é vista como um caminho natural após a reestruturação da tele carioca Executivos de Oi e TIM, duas das maiores empresas de telecomunicações do país, cogitam unir suas operações, de acordo com fontes do mercado. Os primeiros encontros entre as duas companhias ocorreram no mês passado durante a Mobile World Congress, em Barcelona, maior feira do setor, quando colocaram um fim no litígio judicial entre elas sobre compartilhamento de rede. Quem também tem participado desse movimento é o fundo “abutre” Elliot, que é acionista da Telecom Italia, dona da TIM, e tentou comprar 60% da Oi em 2016.

A consolidação entre Oi e TIM só deve começar a ser alinhada após a tele carioca cumprir duas etapas de seu processo de recuperação judicial, segundo uma fonte do setor. A Oi vai converter sua dívida de R$ 65 bilhões em ações. Com isso, os credores internacionais se tornarão acionistas da companhia. Em seguida, é feita uma capitalização de R$ 4 bilhões, que deve ocorrer no fim deste ano.

— A união entre as duas é um caminho natural. Em Barcelona, já resolveram todos os seus litígios. Após a Oi seguir com os passos da recuperação judicial, as empresas devem avaliar o modelo de união. Isso pode ocorrer em paralelo com a capitalização — disse a fonte.

O fundo Elliot, do investidor Paul Singer — conhecido por investir em empresas em dificuldades que têm potencial de crescimento —, atua nos bastidores pela união. Um sinal disso, apontou a fonte, é que o fundo vem aumentando sua participação na operadora italiana. BANCOS FAZEM ANÁLISES Juntas, Oi e TIM teriam quase 120 milhões de clientes. Na telefonia móvel, as duas somariam 97,3 milhões de usuários, assumindo a liderança no segmento com participação de 41%. A Vivo tem 31,7%, e a Claro, 24,98%, segundo a Anatel.

A possível união entrou no radar dos bancos, que fizeram análises sobre a fusão. Em relatório de 22 páginas, o Bradesco BBI estimou que uma fusão geraria ganhos com sinergias acima de R$ 25 bilhões. Os investidores da Telecom Italia poderiam ficar com 76% da nova empresa, o que lhe permitiria consolidar os resultados em seu balanço. Ainda segundo o banco, as duas teles representariam 30% de todo o caixa operacional do setor no Brasil, patamar semelhante ao das concorrentes Vivo e Claro.

Já o JP Morgan, também em relatório, diz que a “consolidação já está em andamento”. O banco lembra que, enquanto todas as teles têm ganhado participação no mercado móvel, a Oi tem perdido. O texto diz ainda que a união “seria o cenário mais lógico dado o potencial de sinergias” para a TIM em telefonia móvel, o aumento na base de linhas fixas e maior rede de fibra ótica, já que a da Oi tem 330 mil quilômetros.

— Placas tectônicas estão se movimentando já. Os bancos até já fizeram uma análise complexa da união. Muitos fundos já estão mirando o negócio. Um exemplo disso é a entrada da gestora JGP como acionista na Oi — disse uma fonte.

Uma fusão entre Oi e TIM já foi aventada outras vezes pelo mercado, mas nunca se concretizou por causa do aumento da dívida da tele carioca após a compra da Brasil Telecom (BrT), em 2009. Se isso acontecer agora, destacou uma fonte no governo, não haverá grandes obstáculos do ponto de vista regulatório ou de concentração de mercado. Atualmente, a Oi passa por uma reestruturação interna como parte do processo de recuperação judicial. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu recentemente que qualquer decisão relativa ao seu processo de recuperação judicial deve ser julgada pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio. A decisão pode colocar fim às tentativas da Pharol, um dos principais acionistas da Oi, de alterar o plano. - O Globo Leia mais em portal.newsnet 15/03/2018

15 março 2018



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