Depois de ser o sétimo homem mais rico do mundo, o empresário se desfaz de boa parte do seu império para abater dívidas
Em abril de 2008, Eike Batista era o 142º homem mais rico do mundo. O empresário tinha R$ 6,6 bilhões e afirmou, na época, que seria fácil superar Bill Gates, fundador da Microsoft, e Carlos Slim, magnata mexicano das telecomunicações. Quatro anos depois, em 2012, quando possuía a sétima maior fortuna global, disse que ultrapassaria Slim “pela esquerda ou pela direita.” Hoje, Eike vai se desfazendo de seu império para diminuir as dívidas. Seus últimos negócios concretizados foram a venda do Hotel Glória para o fundo suíço Acron, por R$ 200 milhões, e dos projetos de mineração da CCX Carvão Colômbia para os turcos da Yildirim Holding, por US$ 125 milhões. Ambas as vendas foram concretizadas na segunda-feira 3.
O maior vendedor do Brasil: depois de sonhar em ser o homem mais rico do mundo, Eike faz liquidação de seus bens
O valor pago pelo Acron é bem superior aos R$ 80 milhões pagos pelo grupo de Batista em 2008. A reforma do Glória já contava com um financiamento de R$ 190 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), sendo que R$ 50 milhões já tinham sido liberados. Pelos números, aparentemente, foi um bom negócio para ajudar nas dívidas do empresário. “Não conheço os termos que foram negociados, mas para terem assinado deve ter sido um bom negócio para os dois lados”, diz José Ernesto Marino Neto, presidente da BSH International, consultoria especializada em hotelaria.
Já no caso da CCX, o valor ficou bem abaixo do estimado inicialmente. Os US$ 125 milhões ficaram bem abaixo dos US$ 450 milhões estimados em outubro pelas duas partes. “O mercado não gostou nenhum pouco do negócio”, afirma Pedro Galdi, analista da SLW. O anúncio fez as ações da empresa despencarem 23,21% no pregão do último dia 3, a R$ 0,80.
Vende-se tudo
Além dessas vendas, Eike Batista teve que deixar o controle de diversos empreendimentos nos últimos seis meses. Além do hotel e da CCX, em setembro do ano passado, Batista vendeu 24,5% de sua empresa de energia MPX para a companhia alemã E.ON por R$ 1,5 bilhão. Com 37,9%, a E.ON passou a ter o controle e rebatizou companhia para Eneva. No mês de agosto, foi a vez do controle da LLX, agora Prumo, ser adquirido pelo grupo americano EIG, por R$ 1,3 bilhão. Em outubro, a mineradora do grupo EBX, a MMX, comunicou a venda de 65% do capital social da MMX Porto Sudeste por R$ 400 milhões para as companhias Impala e Mubadala.
Enquanto consegue amenizar o prejuízo em alguns casos, em muitos outros, Eike teve perda quase total. O maior exemplo é o iate Pink Fleet, comprado por US$ 19 milhões e com manutenção mensal de R$ 300 mil, que está sendo desmontando para virar sucata. A Marinha do Brasil, inclusive, recusou a doação do navio. O patrocínio ao time de vôlei RJX, agora Rio de Janeiro, que girava em torno de R$ 10 milhões por temporada, também foi desfeito sem ganhos para Batista. Em maio de 2013, Eike teve que se desfazer de um jato de sua frota, o Legacy 600, da Embraer, por US$ 14 milhões – uma perda de R$ 12 milhões em relação ao valor da compra. “E as vendas não irão acabar tão cedo”, diz Galdi, da SLW. “Mesmo não sendo a decadência total dele, o sonho acabou.”
Por André JANKAVSKI
Fonte: istoedinheiro05/02/2014
06 fevereiro 2014
Eike Batista faz liquidação
quinta-feira, fevereiro 06, 2014
Compra de empresa, Contingências, Desinvestimento, Infraestrutura, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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