23 dezembro 2011

Do mix ao presidente, mudou tudo no Assaí

Rede de atacarejo aumenta capacidade de estoques das lojas e altera sortimento.

Só de olhar as compras dentro do carrinho, Belmiro Gomes, diretor-geral do Assaí, rede de atacarejo do grupo Pão de Açúcar, já sabe de que tipo de cliente se trata. "Aquele ali tem um bar que produz diversos lanches", aponta enquanto caminha pela loja.

E depois explica de onde tirou sua conclusão: "pela quantidade de papel higiênico sabemos que se trata de um estabelecimento aberto ao público. A quantidade de frios revela que ele faz sanduíches, além das caixas de leite, usadas para sucos e vitaminas", diz.

Antes de assumir o Assaí, há pouco mais de um ano, Gomes trabalhou por 20 no Atacadão, do Carrefour. Foi fisgado pelo concorrente e chegou ao Assaí em 2010 como diretor comercial com a missão de reavaliar o modelo.

Seis meses depois, assumiu a cadeira do então diretor-geral, Mauricio Cerrutti que, apesar de ter conseguido elevar as vendas da companhia, errou na expansão em um momento delicado, no qual o paulista Assaí estava tentando ganhar novos mercados.

Cerrutti concentrou mais da metade das inaugurações de 2010 no quarto trimestre, o que comprometeu a geração de caixa da empresa. Soma-se a isto, um sortimento que não estava adequado para o novo perfil de cliente encontrado fora de São Paulo.

O plano

Para colocar a rede nos eixos, o jeito foi segurar a expansão em 2011 - no período foram abertas apenas duas unidades, ante 17 em 2010 - enquanto um novo formato de lojas era desenvolvido.

E Gomes parece ter encontrado a fórmula. Com uma média de 5 mil metros quadrados, o dobro do formato antigo, as novas lojas vão fazer papel de verdadeiros centros de distribuição. Também pensando em ampliar a capacidade de estocagem, o pé-direto subirá de 3,7 para 7,5 metros.

Com mais espaço, apenas 38% das mercadorias precisarão passar por um dos três depósitos da rede antes de chegarem às lojas, contra os atuais 80%. A medida traz agilidade no abastecimento e economia para a rede.

"Vamos ficar mais eficientes e conseguiremos vender mais. Por consequência, compraremos maiores volumes da indústria, com melhores negociações", diz Gomes. Do total de 59 lojas, 51 passaram por algum tipo de reforma na tentativa de deixá-las mais próximas do novo formato.

A extinção das padarias, no interior das unidades, também garantiu mais espaço. Na unidade do bairro Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, a venda de pães deu lugar a uma câmera fria.

Mas de nada adiantariam estas mudanças sem um sortimento adequado. Em São Paulo, o público do Assaí é o cliente transformador, ou seja, donos de lanchonetes e restaurantes. Fora da capital, as lojas são frequentadas por pequenos comerciantes.

Para atendê-los, a área de doces e higiene pessoal sofreram alterações. A quantidade de itens à venda nas lojas foi reduzida de 9 mil para 7 mil.

Retomada

Estão programadas 60 novas lojas para os próximos três anos. "Isto não significa uma média de 20 aberturas por ano. Vamos aumentar o ritmo ano a ano", diz Gomes. Por Cintia Esteves
Fonte:BrasilEconômico23:12:2011

23 dezembro 2011



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