Mineiro e ex-presidente do conselho administrativo da Localiza, empresa de aluguel de carros que teve mais de R$ 6 bilhões de faturamento líquido no ano passado, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, foi recebido como um herói por empresários presentes no Minascon 2019, nessa quarta-feira.
O motivo da recepção calorosa no evento, realizado por representantes da indústria da construção civil de Minas, é seu papel no governo federal que, em suas palavras, é de “desconstruir o Estado" por dentro. Durante a abertura, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse esperar de sua atuação o fim do “Estado paquiderme” brasileiro.
A admiração se estendeu ao público, majoritariamente de empresários, que o aplaudiu de pé. Um deles, que prefere não se identificar, afirmou que “se ele fizer 5% do que está prometendo” o Brasil será “Bora Bora em 2020”. Outro, se entusiasmava toda vez que o secretário prometia dar mais espaço à iniciativa privada. Em sua palestra, que durou cerca de uma hora, Mattar falou sobre vários temas, mas o foco principal foram críticas aos “sociais democratas e socialistas” que, de acordo com ele, governaram o Brasil durante 40 anos.
le condenou a constituição de 1988 e os “90 direitos e 7 deveres” que garantiu ao cidadão. O secretário afirma que a Carta Magna é “uma aberração” responsável por “tirar o Brasil da liderança que tinha sobre os países emergentes”. Mattar chegou a exibir um gráfico durante a apresentação, no qual relacionava a “queda de produtividade do PIB por trabalhador” com a promulgação da Constituição.
A trajetória de Salim Mattar na política, depois de quase 50 anos na iniciativa privada, começou, de acordo com ele, com um convite do ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem é amigo há 28 anos. Salim brinca que o ministro está “à esquerda” dele e diz que seus planos para o governo são ambiciosos: privatizar o maior número possível de empresas estatais até 2022.
O secretário, que chegou a defender em agosto que o Estado não deve fazer investimento algum, deu o pontapé para alcançar seus objetivos na metade do mês passado, quando anunciou, ao lado de Guedes e do presidente Jair Bolsonaro, 17 estatais que pretende privatizar. Na lista, constam empresas como os Correios, a Eletrobras e a CeasaMinas.
Em entrevista exclusiva a O Tempo, o secretário afirmou que há oito grandes grupos, entre nacionais e internacionais, interessados na compra dos Correios e que, em trinta dias, o governo deve anunciar um novo pacote de privatizações, que tem entre seis e dez outras estatais que serão vendidas até 2022.
Mattar revela que o Ministério da Economia deve apresentar um projeto de “aceleração” do processo de privatização de empresas estatais no Brasil e que não há qualquer apoio ou interferência do governo federal na privatização da Cemig, em Minas Gerais. ... Leia mais em tempo 23/09/2019
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