O BTG Pactual receberá um valor menor do que o previsto pela venda do private banking suíço BSI, movimento que faz parte da decisão do banco brasileiro de se tornar mais líquido depois que André Esteves, ex-controlador da instituição, foi detido no âmbito da Operação Lava-Jato.
Em fevereiro, o BTG anunciou a venda do BSI para o private banking suíço EFG International por 1,328 bilhão de francos suíços (US$ 1,35 bilhão).
Desse total, a estimativa do banco brasileiro era receber aproximadamente 1 bilhão de francos suíços em caixa.
Concluído na terça-feira, o negócio foi fechado por 1,06 bilhão de francos.
Desse total, o EFG pagará ao BTG 575 milhões de francos em caixa, 454 milhões em 86,2 milhões de ações da EFG International e 31 milhões de francos em títulos de dívida conversíveis em capital.
Em um comunicado, o EFG afirmou que a perda de ativos sob gestão do BSI ocorrida desde 2015 levou a um ajuste de 167 milhões de francos suíços no preço pago ao BTG. Outros 48 milhões de francos se devem à redução do valor patrimonial de ativos tangíveis.
O private banking suíço perdeu sete bilhões de francos suíços em ativos sob gestão no terceiro trimestre deste ano devido ao envolvimento em um dos maiores escândalos de lavagem de dinheiro na Ásia a partir do fundo soberano 1MDB, da Malásia.
O volume de ativos sob gestão pelo BSI caiu para 69 bilhões de francos suíços em setembro "influenciado pelos anúncios relativos ao problema da Malásia em maio", segundo o EFG.
Procurado pela reportagem, o BTG não comentou a mudança dos termos de pagamento.
Com o fechamento do negócio, o BTG se torna acionista da EFG International, com 30% no private banking. A combinação das empresas leva a EFG a ter 148 bilhões de francos suíços sob gestão, o que faz dele um dos maiores gestores de fortuna da Suíça. O EFG diz que ganhará uma posição competitiva significante no mercado em expansão de gestão de riquezas.
Em um comunicado a acionistas, o BTG disse que a participação no EFG International será considerada relevante e que por isso será contabilizada por equivalência patrimonial no balanço da instituição. Dois sócios do BTG, Steve Jacobs e Roberto Isolani, foram eleitos membros do conselho de administração do EFG International.
O BTG se comprometeu a cobrir o EFG em alguns processos legais específicos. Para isso, 51 milhões de ações do EFG ficarão depositadas e congeladas em uma conta por dois anos. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 03/11/2016
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