Oito grupos de investidores estrangeiros estão, desde maio, mantendo discussões com o governo federal sobre seu interesse na Oi, que entrou em recuperação judicial.
De acordo com o Valor Econômico, as conversas estão mais avançadas com o empresário egípcio Naguib Sawiris.
A dívida declarada da Oi é de R$ 65,4 bilhões. Fontes governamentais do Valor relatam que o grupo que ficar com a operadora terá também de assumir o passivo.
Entre as oito interessadas na Oi estão empresas russas, americanas e de outras nacionalidades. As companhias fizeram as primeiras sondagens logo no início do governo Temer, ainda no período da interinidade.
As interessadas, no entanto, esperaram a definição do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff para dar continuidade ao assunto.
As conversas se intensificaram quando a PEC 241, que limita os gastos do governo, passou em dois turnos pela Câmara dos Deputados.
Sawiris é o segundo homem mais rico do Egito, com fortuna estimada em US$ 3 bilhões, segundo ranking da Forbes; o primeiro é seu irmão Nassef Sawiris, com US$ 3,7 bilhões.
Naguib controla a Orascom Telecom Media and Technology Holding e está associado ao banco Moelis, que representa um grupo de credores internacionais da Oi.
Sawiris sonda o mercado brasileiro há tempos. Em 2007 ele divulgou que havia feito uma proposta pela Brasil Telecom, mas acabou perdendo o negócio para a Oi. Sete anos depois, em 2014, interessou-se pela TIM Brasil.
Recentemente, a disputa atraiu o empresário Nelson Tanure, que adquiriu uma fatia acionária da Oi. O Valor relata que Tanure indicou, em setembro, dois nomes para cadeiras no conselho de administração da operadora. As vagas seriam ocupadas pelo ex-ministro das Comunicações Hélio Costa e o ex-presidente do BNDES Demian Fiocca.
Na semana passada, representantes do grupo egípcio e do fundo americano Elliot estiveram em peregrinação por Brasília para falar da Oi com autoridades brasileiras. O governo informou, durante as conversas, que não poupará esforços para abrir caminho a uma "solução de mercado", mas que não há condições de oferecer ajuda financeira, nem na forma de perdão de dívidas.
Os investidores apontam outras dúvidas que impedem o arremate da negociação com a Oi. Uma delas é a liberação da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da tele com a Anatel, que permitiria a troca de multas bilionárias por investimentos. E outra, a aprovação do Projeto de Lei 3.453/2015, de autoria do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO), que põe fim às obrigações com telefonia fixa até 2024 e permite a migração do regime de concessão para o de autorização.Júlia Merker // Leia mais em baguete 03/11/2016
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