O plano de investimentos da Raízen Combustíveis para 2015 prevê a aplicação de R$ 200 milhões em pequenas operações de aquisição de postos bandeira branca, contrato de exclusividade com postos de combustíveis que não têm vínculo de compra com distribuidoras, disse ontem o diretor de relações com investidores da Cosan, Marcelo Martins.
Para o ano, a previsão de investimento em combustíveis vai de R$ 750 milhões a R$ 850 milhões, teto que supera os R$ 795 milhões aplicados na operação em 2014.
No ano passado, a Raízen adquiriu a distribuidora de combustíveis Latina, do Rio Grande do Sul.
A compra não estava computada na previsão de orçamento do ano.
Nesse negócio, a projeção da Cosan é crescer 4% em volume neste ano, acima da média de 1% esperada para todo o mercado brasileiro e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 2,3 bilhões a R$ 2,5 bilhões.
O valor é acima dos R$ 2,15 bilhões apurados em 2014.
Em dezembro, a rede Shell da Raízen tinha 5.356 postos e 944 lojas de conveniência.
Na Raízen Energia, operação de processamento de cana-de-açúcar e produção de etanol, açúcar e eletricidade, a Cosan prevê investir na safra 2015/16 entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão, ante R$ 2 bilhões a R$ 2,2 bilhões até o fim de março deste ano, quando termina o ano fiscal 2014/15.
"O capex da atual safra tem ainda resquício de cerca de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões de investimentos em cogeração de energia e etanol celulósico", disse o presidente da Cosan, Marcos Lutz.
Para 2015/16, o valor orçado só prevê manutenção da operação. "Ao reduzir aportes, não estamos matando oportunidade de crescimento no futuro desse negócio. Só estamos numa inclinação de manter a moagem atual de cana", afirmou.
"O foco neste caso é ter geração de caixa e não investir mais. O negócio sucroalcooleiro, no momento, traz um retorno abaixo do desejado", diz Lutz.
Com o balanço de 2014, a Cosan informou que projeta para este ano receita líquida consolidada de R$ 42 bilhões a R$ 45 bilhões, frente a R$ 39,1 bilhões no ano passado.
Para o Ebitda, a empresa projeta algo no intervalo de R$ 4 bilhões a R$ 4,3 bilhões, que se compara a R$ 3,763 bilhões.
Para a Comgás, a Cosan estima crescimento da base de clientes de 1,46 milhão para algo entre 1,53 milhão e 1,58 milhão, Ebitda de R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhão e investimento de R$ 500 milhões a R$ 560 milhões.
É menos que R$ 661 milhões do último ano. Na Lubrificantes, a previsão é de expansão do Ebitda anual, de R$ 103 milhões para R$ 120 milhões a R$ 160 milhões.
E na Radar, cujo resultado no ano passado foram beneficiados pelo maior volume de venda de propriedades, a previsão é a de recuo, para R$ 130 milhões a R$ 140 milhões (em 2014 foram R$ 193 milhões).
Sobre a incorporação da ALL pela Rumo, que ainda é o único ativo da Cosan Logística, a companhia indicou que a operação pode ser concluída em "alguns meses".
No início do mês, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manteve as restrições impostas à fusão, entre as quais o estabelecimento de cota máxima fixa para utilização da ferrovia pela Cosan, maior acionista individual da Rumo.
Essa cota deverá ser respeitada até que a empresa cumpra os investimentos prometidos. Para analistas, as estimativas da Cosan de resultados em 2015 não vieram fortes como esperado, mas indicam performance operacional sólida ao longo do ano.
Segundo o BTG Pactual, as estimativas aparentam ser "justas", ainda que um pouco conservadoras.
A melhora nas tendências de preços de energia e etanol, além da forte lucratividade em seu segmento de produção, indicam que a Cosan pode surpreender positivamente esse ano, segundo o BTG, que manteve recomendação de compra para os seus papéis e preçoalvo, em R$ 37.
O Citi também manteve a recomendação de compra, devido à expectativa de bom desempenho em distribuição de combustíveis.
O preço-alvo foi mantido em US$ 12 para os ADRs em Nova York. Fonte: Valor Econômico Leia mais em canaonline 20/03/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário