As duas empresas revisaram a relação de troca, de forma que a Holcim, com sede na Suíça, dará 0,90 ação em troca de cada ação da Lafarge, com sede em Paris, em vez da proporção original de um para um, disseram as empresas em um comunicado conjunto, nesta sexta-feira.
Nas negociações que se estenderam até a madrugada, os negociantes enfocaram a perda de fé da Holcim no CEO da Lafarge, Bruno Lafont, e em sua capacidade para realizar economias após a fusão depois que o lucro e as vendas de sua empresa ficaram aquém dos resultados da nova sócia. Lafont, que havia sido designado CEO do grupo combinado, entrou em conflito com a cúpula da Holcim em relação a temas como estilo e estratégia de liderança, disseram fontes com conhecimento da situação.
Uma fusão tão grande "não ocorre sem que haja tensão às vezes", disse Lafont a repórteres em uma teleconferência hoje. "Minha atitude desde domingo é a de mostrar que os homens não devem impedir a implementação dessa fusão".
Lafont, agora, se tornará copresidente do Conselho de Administração da nova entidade juntamente com o presidente do Conselho da Holcim, Wolfgang Reitzle. Beat Hess, um famoso executivo suíço e diretor do Conselho da Holcim, será vice-presidente do Conselho. Um novo CEO será proposto para ambos os conselhos "nas próximas semanas", disse Lafont. Foi identificado um candidato da Lafarge para o cargo de CEO, disseram fontes informadas sobre o assunto.
Fechamento do negócio
A fusão da Holcim e da Lafarge para criar uma gigante da fabricação de cimento com cerca de US$ 37 bilhões em vendas combinadas desafia os limites das fusões e aquisições em um setor que já havia visto aquisições estonteantes e impulsionadas por dívidas no período que antecedeu a crise financeira de 2008. A empresa suíça sofreu pressão dos investidores, que viam os termos do negócio como cada vez mais desfavoráveis para eles.
"A reviravolta foi possível apenas porque todos os participantes consideraram que os interesses da nova empresa são mais importantes que as ambições pessoais", disse o maior acionista da Holcim, Thomas Schmidheiny, em um comunicado, acrescentando que está feliz com o resultado. "Este é um sinal claro de que a lógica industrial da fusão e as perspectivas de longo prazo tiveram sucesso".
A transação, com novo apoio de "certos acionistas-chave de ambas as empresas", deverá ser concluída em julho, disseram as fabricantes de cimento. A nova empresa anunciará uma operação de "scrip dividendo pós-fechamento" de 1 nova ação da Lafarge-Holcim para cada 20 ações existentes, sujeita à aprovação dos acionistas.
Conflito de personalidades
A disputa em relação à liderança do francês Lafont, de 58 anos, mostra como um choque de personalidades pode se tornar a maior desvantagem de uma fusão. Lafont, com seu chiclete e seus cigarros, e o CEO da Holcim, Bernard Fontana, de fala mansa, que ficaria no posto até a conclusão da fusão, divergeram a respeito de assuntos-chave desde o início, disse uma fonte com conhecimento do assunto no começo da semana.
A Holcim e a Lafarge projetaram que a fusão levará a uma economia de custo de 1,4 bilhão de euros por ano, dando às empresas uma vantagem em relação às rivais. A recessão global prejudicou a demanda por materiais de construção e forçou alguns fornos a funcionarem com prejuízo.
A mudança dos termos do acordo para uma proporção de 1 para 0,90 tornaria o valor do negócio positivo em 2014 e acretivo em 6,8 por cento mais lucros em 2015, segundo a Bloomberg Intelligence.
Os acionistas da CRH Plc, da Irlanda, que fecharam um acordo para compra de 6,5 bilhões de euros (US$ 6,9 bilhões) em ativos que a Holcim e a Lafarge necessitam vender para obter aprovação regulatória, aprovaram a aquisição na quinta-feira. As ações da CRH subiram 3,3 por cento nesta sexta-feira. Aaron Kirchfeld, François de Beaupuy e Jacqueline Simmons (Bloomberg) -- Leia mais em Bol.Uol 20/032015
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A Holcim divulga em seu site recente apresentacão realizada no UBS Investors’ Club Dinner
CFO Thomas Aebischer, Zurich, March 11, 2015. Abaixo alguns sldies dor eferido documento.
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