08 março 2014

Venda de torres deve financiar leilão do 700 MHz para a TIM Brasil

A Telecom Italia e sua subsidiária TIM Brasil ainda trabalham internamente na precificação do valor das suas torres móveis no País, mas a ideia é que o dinheiro da venda ajude a financiar a participação da TIM no leilão de 700 MHz que pode acontecer em agosto e a posterior implantação da rede 4G, de acordo com o CFO da Telecom Italia, Piergiorgio Peluso. "Ainda estamos tentando desenhar os detalhes internamente antes de seguir para o mercado com a sondagem por ofertas, mas isso deve acontecer ainda esse ano, no primeiro semestre", detalhou.

 Independentemente da conclusão das vendas das torres, a TIM Brasil tem flexibilidade financeira para participar do leilão dos 700 MHz, garantiu por sua vez o presidente da operadora brasileira Rodrigo Abreu, em sua participação durante a conferência de resultados da holding italiana. "É realmente estratégico para nós e temos a flexibilidade necessária para participar. É a continuidade do sucesso da nossa estratégia iniciada com o primeiro leilão de 4G, no qual, apesar de termos sido uma das últimas a ganhar um bloco de espectro, já temos 31% do mercado brasileiro de LTE", comemorou Abreu, ao lembrar que a TIM adquiriu um bloco dos blocos de 10 MHz + 10 MHz do espectro de 2,6 GHz. Ao lado da Oi, a TIM comprou um dos blocos menores de espectro. Claro e Vivo adquiriram os blocos de 20 MHz + 20 MHz.

 Abreu pontuou, contudo, que embora haja já alguns indícios de definição, há ainda muita incerteza envolvendo o leilão dos 700 MHz, inclusive se haverá tempo suficiente para conclusão de todos os testes de interferência para que a licitação seja realizada ainda este ano.

 "Há ainda muita discussão sobre se acontecerá esse ano ou não. Obviamente o governo quer e está se esforçando para que isso ocorra ainda esse ano, possivelmente até agosto, mas há pontos ainda em aberto", disse. O executivo classificou como positiva a indicação da Anatel de que devem ser licitados quatro blocos de espectro de 10 MHz + 10 MHz, uma vez que há quatro grandes players no mercado. "Também há uma definição positiva sobre o fato de que todo o custo de limpeza dos atuais ocupantes do espectro, que são os broadcasters, será pré-definido na composição dos preços da faixa. Então, sem surpresas no futuro, como custos adicionais", completou.

 Os pontos desconhecidos, no entanto, é que preocupam. "Essa limpeza de espectro, que precisa ser feita antes de ele poder ser utilizado, está sujeita a testes técnicos. Há testes técnicos em andamento para identificar a interferência entre os serviços de TV e de banda larga móvel e precisam ser concluídos em tempo para definir os custos de limpeza e para que o leilão aconteça em agosto, mas há pouco tempo para concluir tudo isso. Em todo o caso, estamos consistentes com nossa estratégia. É importante para nós e vamos participar caso ocorra, mas ainda há muita indefinição sobre se irá ou não ocorrer", conclui.

 GVT
 Questionado sobre os rumores envolvendo uma possível consolidação entre a TIM Brasil e GVT, subsidiária da francesa Vivendi, o CEO da Telecom Italia, Marco Patuano, voltou a afirmar que não há qualquer negociação em andamento. "O que está claro é que a possibilidade de uma combinação que cria sinergias entre a rede móvel da TIM e a rede fixa da GVT existe, mas não estamos trabalhando em nada. Não há negociação nenhuma sobre uma potencial combinação no Brasil. Nossa prioridade hoje é investir pesadamente na nossa rede móvel. Rodrigo (Abreu) está fazendo um excelente trabalho, mas ainda não estamos satisfeitos com a qualidade da nossa rede de dados. Devemos ter uma melhora nisso neste ano, deveremos investir em espectro esse ano e o negócio móvel por si tem muita atividade em que estamos completamente comprometidos", afirmou.

 O discurso de Patuano também se repetiu quando questionado sobre uma possível venda no Brasil. "Fomos muito claros. Estamos no Brasil para ficar. Investimos mais em 2013 do que em 2012 e o Capex de 2014 será levemente superior ao do ano anterior. Nossa posição no mercado móvel é de que estamos para ficar", disse.

 Sobre a operação fixa, no entanto, o que deve se verificar é uma menor injeção de investimentos. "Lançamos há algum tempo uma operação fixa e devo dizer que estamos investindo menos no nosso negócio fixo porque no momento estamos concentrando todo o nosso Capex no lado móvel. O que não significa que não estamos dispostos a explorar a possibilidade de serviços fixos, mas não estamos, ao menos no curto prazo, pensando em lançar serviços em escala para o consumidor final". Patuano explicou que o que a operadora está fazendo é redesenhar a estratégia de negócio que a Intelig já tinha com base na experiência da Telecom Italia no mercado italiano. "É claro que, como sempre digo em toda a minha vida, seremos racionais. Se uma proposta interessante aparecer, estamos aqui para avaliá-la", concluiu. Letícia Cordeiro Leia mais em Mobiletime 07/03/2014

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