Para concretizar seu plano de crescimento de 50% ao ano nos próximos cinco anos, a brasileira Pixeon Medical Systems, especializada em sistemas para a área de saúde, acaba de receber um aporte de R$ 50 milhões do fundo de investimento Riverwood Capital.
O setor de saúde poderá fomentar novas oportunidades de receita para as companhias de software que atuam no Brasil. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Informação em Saúde (SBIS), existem no país aproximadamente 7 mil instituições hospitalares. Desse total, só 19% são informatizadas, o que revela um potencial de vendas de software e equipamentos para o setor. Um levantamento da consultoria Frost & Sullivan indica que, no ano passado, a receita obtida pelas empresas de tecnologia com vendas para o setor de saúde totalizaram US$ 471,5 milhões no Brasil (ou R$ 921,8 milhões com base no valor médio do dólar comercial).
A consultoria estima que a receita com o segmento neste ano chegará a US$ 921,8 milhões, ou R$ 1,16 bilhão (com base no dólar médio deste ano), o que representa um crescimento de 25,6% em moeda local, ante a elevação de 20% estimada para o mercado de software no ano.
Para o período de 2011 a 2015, a Frost & Sullivan projeta um crescimento médio das vendas para o setor de saúde de 12,6% ao ano em dólares. "O segmento de TI na saúde está entre as áreas que mais vão crescer no mercado de tecnologia nos próximos anos", disse Gabriel Silveira, analista de mercado de saúde da Frost & Sullivan.
Só o mercado de prontuários eletrônicos do paciente pode crescer 15% ao ano até 2018, saindo de US$ 145 milhões em 2012 para US$ 330 milhões em cinco anos. Outra área em evolução é a de softwares para armazenamento e gerenciamento de imagens radiológicas, que poderá crescer 30% ao ano, saindo de US$ 60 milhões em 2011 para US$ 288 milhões até 2017.
Silveira disse que uma instituição de saúde podia contar com até 200 diferentes softwares para gerenciar seus departamentos, e a integração desses sistemas é complexa. "As empresas brasileiras se especializaram em oferecer sistemas robustos que integram diferentes softwares, enquanto os competidores estrangeiros concentraram-se em desenvolver softwares sofisticados para funções específicas", disse o analista.
Como resultado, o mercado brasileiro de TI para saúde é dominado pelas brasileiras. A líder do segundo é a MV Sistemas. A segunda e terceira colocadas são brasileiras que foram adquiridas recentemente por grupos internacionais - a Wheb-Tasy, adquirida pela Philips, e a WPD, comprada pela Agfa. A Alert, de Portugal, preferiu se unir a um fornecedor local, Benner, para aperfeiçoar seu processo de entrada. A americana Intersystems, que chegou a fornecer para o Albert Einstein, encerrou suas operações neste mercado.
Outra competidora importante no segmento é a Totvs. Neste ano, a companhia brasileira de software fechou um acordo com a Intel, a Microsoft e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein para desenvolver softwares e equipamentos voltados ao segmento de saúde. Nelson Pires, diretor do segmento de saúde da Totvs, disse que a companhia já começou a desenvolver com os parceiros softwares e equipamentos para hospitais. As empresas começaram desenvolvendo softwares para gestão e administração hospitalar e agora desenvolve tecnologias na área de exames clínicos.
"A perspectiva para 2014 é bastante positiva. Existe uma demanda forte, principalmente em função do acesso da classe C a planos de saúde, o que tem aumentado a procura por serviços em hospitais no país", afirmou Pires. O executivo não divulga qual a receita obtida pela Totvs com vendas para a área de saúde, mas disse que a companhia trabalha com uma perspectiva de crescimento de 40% neste segmento no próximo ano. (CB)
Jornalista: Gustavo Brigatto e Cibelle Bouças
Fonte: abradilan 22/11/2013n
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