Depois de enfrentar um ano de 2011 turbulento, por conta da volatilidade causada pelos problemas internacionais, o mercado de renda variável caminha na direção de uma recuperação no início deste ano.
Com isso, a expectativa é de que haja um retorno gradual do otimismo em relação às aberturas de capital. De acordo com análise da consultoria Ernst & Young Terco, são esperadas cerca de 20 operações de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) este ano, quase o dobro das 11 ofertas realizadas no ano anterior. De acordo com a consultoria, este número pode ser ainda maior, caso a crise na Europa se estabilize.
Para o especialista em finanças da MoneyFit, André Massaro, o crescimento do número de empresas na Bolsa de Valores beneficia os investidores, que passam a ter mais opções para aplicar seus recursos em renda variável. “Quanto mais empresas operando na Bolsa, melhor para quem investe”, diz.
Segundo ele, o mais positivo é que empresas de diversos setores comecem a ter suas ações negociadas na Bolsa, proporcionando uma chance de maior diversificação dos ativos. “A Bolsa brasileira ainda é muito concentrada em alguns setores, como de commodities, bancos e siderurgia. Ter novas empresas e de setores diferentes é ótimo para o investidor diversificar e diluir os riscos da carteira”, afirma.
Expectativa otimista
Entretanto, para Massaro, a perspectiva de 20 IPOs para este ano é considerada otimista, já que ainda há muitas incertezas no mercado acionário, principalmente por conta dos problemas econômicos enfrentados por alguns países europeus.
“A Europa ainda preocupa e as empresas têm muito medo de abrir capital em um cenário de incertezas. Isso porque, no Brasil, o investidor é muito desconfiado. Basta qualquer problema afetando o mercado para deixá-los mais inseguros ainda”, diz.
Como escolher o IPO
De acordo com o sócio-líder da área de IPOs da Ernst & Young Terco, Paulo Sergio Dortas, antes de entrar em um IPO, o investidor deve ficar atento ao segmento econômico em que a empresa está inserida.
“Neste momento que o Brasil está vivendo, vemos nitidamente setores que já estão em determinado nível de maturidade e outros que vão experimentar os reflexos de alguns grandes drivers de crescimento”, disse Dortas, em entrevista recente ao programa Money Talks, do InfoMoney.
De acordo com ele, os principais drivers atualmente são os eventos esportivos previstos para os próximos anos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016), a exploração do petróleo na camada pré-sal e o crescimento do consumo pelas classes C, D e E.
“A partir da inserção das companhias em algum desses setores, eu separaria essas empresas para fazer uma análise um pouco mais profunda”, aconselhou.Por: Diego Lazzaris Borges
Fonte:Infomoney17/02/2012
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