A holding de moda Inbrands, detentora de marcas como Ellus, Richards, Alexandre Herchcovitch e Salinas, não levará adiante, neste momento, sua oferta pública de ações.
Inicialmente, o cronograma estimado da oferta previa o fechamento do preço na semana que vem. A empresa desejava levantar cerca de R$ 500 milhões, com o objetivo principal de comprar outras grifes de alto padrão.
No entanto, os investidores estão com menor apetite para novos negócios, em função da fase de baixa da bolsa – no ano, o Ibovespa acumula perda de 12,4% -, por conta das preocupações com desdobramentos da crise financeira na Europa.
O pedido de análise da operação está na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde maio. A companhia deverá suspender esse processo e retomá-lo no fim do ano.
A expectativa agora é que a Vinci, gestora de um dos principais acionistas da Inbrands, o fundo PCP, que reúne recursos de ex-sócios do Banco Pactual, faça novo aporte na Inbrands, para concluir algumas mudanças programadas pela empresa para ocorrer no momento da oferta de ações. Com o negócio já consolidado, e mais tempo para mostrar os resultados das aquisições recentes, a Inbrands pretende retornar ao mercado.
Procuradas pelo Valor, Vinci e Inbrands afirmaram que estão em período de silêncio.
Em maio, a holding fechou uma série de reestruturações nos acordos com os detentores das marcas que abriga. A ideia da empresa, utilizando inclusive os recursos captados na oferta de ações, era aumentar a fatia em cada uma das grifes que já possui, usando também como moeda de troca as ações da companhia listadas na bolsa.
No caso da Richards, a Inbrands tem 10% e os outros 90% seriam adquiridos com os recursos da oferta. Na Mandi, a intenção é elevar a participação de 0,0005% para 25% até 2013.
Ao estrear na bolsa, a empresa abrigaria, entre acionistas e conselheiros, vários dos antigos donos dessas marcas, o que na visão do mercado poderia atrapalhar a agilidade de decisões.
Fonte:ValorEconômico14/07/2011
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