A fabricante chinesa de fibras de vidro Chongqing Polycomp International Corporation (CPIC) começou a planejar sua atuação no Brasil. A empresa – que adquiriu em maio a fábrica da Owens Corning em Capivari, no interior de São Paulo – acaba de entrar no mercado brasileiro e seus executivos anunciaram ontem, em evento, que estão estudando as condições comerciais e oportunidades no país.
“A empresa chinesa já está fazendo o planejamento de sua atuação. Há um forte potencial no mercado brasileiro que os atraiu”, afirmou a gerente-geral da CPIC para a América do Sul, Adriana Nobre Rubo.
A fibra de vidro é matéria-prima para uma série de indústrias, como a automotiva – para fabricação de amortecedores – e a de construção civil – para a fabricação de painéis de fachada e portas de entrada, por exemplo. A aplicação do material é para dar reforço às estruturas feitas de resina. Segundo a executiva, o mercado de compósitos – peça feita de fibras de vidro associadas à resina – tem crescido o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do país nos últimos anos.
O negócio foi fechado por US$ 60 milhões e envolve, além da fábrica (de 24 mil metros quadrados de área construída), as licenças tecnológicas e propriedades intelectuais desenvolvidas no local. A unidade tem um forno de fusão, com capacidade de 40 mil toneladas por ano, e emprega 290 funcionários.
As operações no Brasil devem servir como plataforma de exportação, principalmente para os países da América Latina. Hoje, a unidade em Capivari já exporta 40% do que produz.
A compra da fábrica é o primeiro passo do plano de internacionalização da empresa chinesa, fruto de uma joint venture formada pelo grupo chinês Yuntianhua, pelo árabe Amiantit e pelo fundo de investimentos Carlyle. Com a aquisição, a companhia passa a ter capacidade total de 540 mil toneladas por ano. Na China, a CPIC tem 11 fornos e cerca de 5 mil funcionários.
Em maio, o negócio foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça. Em 2007, a Owens comprou o segmento de fibras de vidro da francesa Saint Gobain globalmente. O órgão brasileiro antitruste, no entanto, vetou o negócio no Brasil, entendendo que poderia haver monopólio no setor. A Owens, deste modo, teve que se desfazer da fábrica de Capivari.
Fonte:ValorEconômico14/07/2011
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