O alto endividamento das empresas soa como um grande alerta para os investidores que estão analisando a saúde financeira do negócio e refletindo se vale a pena investir ou não.
A dívida é, inclusive, um dos critérios importantes que avaliamos ao aprovar empresas em nosso Universo de Cobertura️.
Porém, devo lembrar que nem sempre a dívida é um indicativo de problemas.
Por um motivo muito simples: alguns negócios – a depender do segmento – demandam capital de terceiros para execução de projetos específicos, como compra de maquinário, contratações e abertura de filiais. Estes projetos possuem alta capacidade de retornos financeiros para a empresa, justificando a captação através de instituições financeiras.
Então, como saber se uma dívida é ou não um indicativo de problemas e se o negócio tem dívida sob controle?
Fique atento(a) a alguns pontos a seguir:
Dívida líquida
A dívida líquida refere-se ao volume de empréstimos e financiamentos após o desconto de todos os valores disponíveis no caixa e equivalentes. Ou seja, representa a quantidade de recursos necessários para liquidar as dívidas empresariais.
Empresas com a dívida líquida muito alta, precisam de mais atenção na análise. Deve-se observar se a dívida está financiando algum investimento que gera retorno para o negócio.
Além disso, é indicado comparar os indicadores de dívida de uma empresa com o de outras empresas do mesmo setor.
Assim, é possível identificar se um determinado nível de endividamento empresarial é característico ao setor no qual a empresa está inserida.
Dívida Líquida / Patrimônio Líquido
O PL (Patrimônio Líquido) é definido como a diferença entre os ativos de uma empresa e os seus passivos, dados disponibilizados trimestralmente pelas empresas através do seu Balanço Patrimonial.
Para obter este resultado, basta dividir a dívida líquida do tópico anterior pelo Patrimônio Líquido do negócio.
Este indicador determina quanto de dívida a empresa está utilizando para financiar os seus ativos em relação ao patrimônio dos acionistas. Para o investidor, quanto menor, melhor (resguardadas as devidas proporções do setor).
Dívida Líquida / Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização)
Este indicador representa quanto tempo levaria (em anos) para a empresa pagar a sua dívida, caso a Dívida Líquida e o EBITDA fossem constantes.
Quanto menor o múltiplo, mais saudável é a relação da dívida com a capacidade de geração de caixa da empresa.
ROIC
Retorno sobre capital investido. O quanto a empresa entrega de retorno financeiro sobre seus investimentos. Neste caso, quanto maior o retorno, melhor.
O resultado é obtido através da divisão do lucro líquido pelo capital investido (próprio e de terceiros). Importante para observar se o “endividamento” é compatível com a entrega de resultados.
Através dessas análises você conseguirá respaldar as escolhas com mais segurança e autonomia e conquistar um novo olhar sobre a dívida que financia o negócio de forma saudável e aquela que deve ser indicativo de alerta.
Lembre-se que um indicador não deve ser utilizado de forma isolada, certo? Sigo torcendo pelo seu sucesso financeiro... Melissa Belmiro. Leia mais em penews 30/08/2020
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