O Estado de São Paulo é responsável por praticamente um terço do PIB brasileiro. Em 2019, seu o Produto Interno Bruto alcançou a marca de R$ 2,38 trilhões, frente aos R$ 7,3 trilhões do PIB de todo o país. Se tamanha concentração chama atenção, quando o assunto é inovação, a disparidade diante os demais estados é ainda maior.
No último ano, as startups do estado receberam mais de R$ 2,8 bilhões em investimentos, cerca de 83% de todo o volume aplicado em jovens empresas de base tecnológica. Os dados são do São Paulo Tech, levantamento produzido pela empresa de inovação aberta Distrito em parceria com a ABStartups e a KPMG.
No total, são 2677 startups espalhadas por todo o Estado. Dessas, 70% estão concentradas na capital. As fintechs, como são chamadas as empresas voltadas para serviços financeiros, representam 13,5%. Em seguida, estão as adtechs, voltadas para a área de marketing, publicidade e comunicação, com 11,8% do total; e as healthtechs, de saúde, com 8,4%. O conjunto reúne uma significativa diversidade, com startups de 34 setores.
“Com aproximadamente um terço de todas as startups brasileiras, o Estado de São Paulo, sem dúvida alguma, está à frente no que diz respeito à inovação. Cada vez mais a região tem se consolidado como integradora das startups na América Latina, capaz de atrair talentos e captar cada vez mais investimentos”, afirma Tiago Ávila, líder do Dataminer, braço do Distrito responsável pela inteligência de mercado. “O Estado tem não apenas mais de 80% de todo o investimento em startups, como esse montante foi superior à somatória de portes recebidos por Chile, Colômbia, Argentina e México”, completa.
As startups de São Paulo possuem em média 2,6 sócios, a maior parte deles na faixa etária de 30 a 35 anos de idade. Os quadros societários das empresas possuem pessoas de estados diversos, mas a grande maioria é paulista (86,5%). Tal como em outros estados, a proporção de mulheres frente à quantidade de homens entre os sócios ainda é pequena: são 17,1% ante a 82,9%.
As startups paulistas empregam cerca 100 mil pessoas de acordo com o levantamento. Os setores que mais empregam coincidem com aqueles que lideram no Estado: são as fintechs, com quase 26 mil funcionários, e as adtechs, com mais de 8 mil. Em terceiro lugar, entretanto, estão as reatailtechs, focadas em soluções para o varejo. Estas empregam cerca de 7 mil pessoas.
Startups de destaque
O estudo traz uma seleção das 10 maiores startups do Estado, tomando como parâmetros o número de funcionários, faturamento presumido, investimentos recebidos e métricas das redes sociais. São elas Nubank, 99 Táxi, Ifood, Loft, Quinto Andar, Stone, PagSeguro, Loggi, Neon e Creditas.
Ecossistema da capital
A cidade de São Paulo concentra 70,8% das startups de todo o Estado. Os municípios de Campinas (5%), Barueri (2,8%), Ribeirão Preto (2,7%) e São José dos Campos (2,6%) vêm na sequência, ainda que com baixa representatividade.
Das 1.885 startups da capital, 873 estão concentradas na zona oeste, 379 na zona sul e 293 no centro. As avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima e seus arredores reúnem a grande massa das startups da capital. Itaim Bibi é o bairro com a maior concentração dessas empresas: são 358. Na sequência, estão os bairros de Pinheiros (207), Bela Vila (160), Jardim Paulista (140) e Vila Mariana (122). Não por acaso, tal distribuição também coincide com os maiores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) e as maiores médias salariais da cidade.
Outros polos
Com 133 startups, o município de Campinas apresenta o segundo maior polo do Estado. Ao contrário do que muitas vezes ocorre, ali as empresas estão dispersas por toda a cidade. Cambuí é o bairro com maior concentração de startups (13%), acompanhado por Swiss Park (8,9%) e a Cidade Universitária (6,5%), onde está localizada a Unicamp.
Em Barueri, Alphaville concentra mais de 70% das startups. Tamboré, apesar de reunir apenas 11,5% dessas empresas, chama atenção pelo número de funcionários empregados em startups: 42,7% do total do município, muito em função da Catho, maior startup regional.
Em São José dos Campos, a maior parte das startups (27,6%) está instalada no bairro Coqueiro. Quase metade dos funcionários, entretanto, estão no Jardim Esplanada, onde está localizada a Quero Educação.
Ecossistema
Diante de uma concentração tão intensa de startups, é natural que o Estado abrigue também um dos ecossistemas de inovação mais maduros do país. O São Paulo Tech lista ainda os principais eventos do setor, os hubs de inovação, as incubadoras, as aceleradoras, os parque tecnológicos e, ainda, os principais investidores em venture capital do Estado.
Confira aqui o estudo na íntegra... Leia mais em startupi 23/04/2020
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