O fundo IG4 Capital, especializado em empresas em dificuldades financeiras, deverá fazer proposta firme pela Invepar, holding de infraestrutura dona da concessão do aeroporto de Guarulhos e do metrô do Rio. A gestora, comandada por Paulo Mattos, ex-sócio da GP Investments, está sendo assessorada pelo Bradesco BBI. O Estado apurou que o fundo avalia o melhor formato para assumir o negócio.
Fontes afirmaram que o IG4 está liderando um grupo com investidores estrangeiros para fazer uma injeção de R$ 1,7 bilhão na companhia. A ideia da gestora é diluir a participação dos atuais acionistas e assumir o controle da empresa. Os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (da Caixa) são os principais sócios e detêm, juntos, 75,6% da Invepar.
Colocada à venda em meio aos escândalos da Lava Jato, a Invepar tornou-se um negócio cobiçado por grandes fundos, como Mubadala e Brookfield, mas os problemas entre os acionistas afugentaram investidores. A CCR, empresa de concessões na área de transportes, também já negociou os ativos no passado, mas desistiu. A fatia que pertencia à empreiteira OAS está nas mãos dos bondholders ( detentores de títulos) e do FI-FGTS.
Ao Estado, o sócio-fundador do IG4, Paulo Mattos, diz que a gestora está interessada em expandir seus investimentos em infraestrutura. No entanto, Mattos não quis comentar sobre a operação da Invepar. Procurados, Petros, Funcef, Previ e Invepar também não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
Negócios no radar. Controladora da Iguá Saneamento (ex-Cab Ambiental), a gestora tem sob gestão hoje R$ 1,2 bilhão, resultado do investimento feito pelo primeiro fundo do IG4. O segundo, em fase de captação, já levantou US$ 200 milhões, mas pode chegar US$ 400 milhões até o fim do ano.
Uma parte já está investida na Opy Health - divisão de saúde do IG4. "Nosso interesse é adquirir a infraestrutura e logística hospitalar, sem participar da gestão", disse Mattos. O fundo é dono do Hospital Novo Metropolitano, de Belo Horizonte, que pertencia à Andrade Gutierrez, com 440 leitos. Agora, está prestes a concluir a compra da unidade que pertencia à gigante de energia Abengoa, em Manaus. O hospital tem 380 leitos. "Outros seis negócios estão sendo avaliados."
Fundado em 2016, o IG4 participou da reestruturação da Iguá, que pertencia ao grupo Galvão Engenharia e foi abatido pela Lava Jato. Esse caso tornou-se referência para a gestora de Mattos. Em outubro do ano passado, o fundo soberano Aimco, do Canadá, colocou R$ 400 milhões no negócio. Há dois meses, o fundo canadense comprou a participação do grupo Galvão por R$ 200 milhões e agora detém 49% da concessionária de saneamento.
Sob gestão do IG4, a Iguá conseguiu melhorar seus indicadores: no ano passado, a receita líquida da empresa subiu quase 30%, de R$ 574 milhões para R$ 744 milhões e a geração de caixa subiu de R$ 212 milhões para cerca de R$ 255 milhões. "Gostamos de casos de reestruturação, mas não entramos como sócios de empresa familiar."
Viracopos. Outro grande negócio no qual o IG4 está envolvido é a compra do Aeroporto de Viracopos, também em recuperação judicial. Em parceria com a suíça Zurich Airport, que detém a concessão dos aeroportos de Florianópolis (SC) e de Confins (MG), o fundo já fez proposta para comprar a participação das duas acionistas do terminal, Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e UTC. As duas empresas também foram envolvidas na Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. .. leia mais em terra 21/08/2019
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