Onyx Lorenzoni confirma que estatal de chips está na lista das 17 estatais a serem vendidas.
A Ceitec, estatal federal de semicondutores instalada em Porto Alegre, está na lista das 17 empresas a serem privatizadas pelo governo ainda em 2019.
É o que garantiu à Zero Hora o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que também é coordenador do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O anúncio oficial da lista completa, talvez com mais detalhes sobre o tipo de negócio que o governo tem em vista, deve ser feito ainda nesta quarta-feira, 21.
Na terça-feira, 20, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre a venda das 17 estatais.
Segundo ele, a meta estabelecida ao secretário de Desestatização, Salim Mattar, é de privatizar US$ 20 bilhões ainda em 2019.
“Vamos acelerar as privatizações. Tem gente grande que acha que não vai ser privatizado e vai entrar na faca”, disse Guedes.
Ainda que não fosse exatamente “gente grande”, a Ceitec poderia ter lá seus motivos para achar que não ia “entrar na faca”.
A privatização da empresa tem sido motivo de embate entre a ala privatista do governo, encabeçada por Guedes e Mattar, e o ministério de Ciência e Tecnologia, que tem feito movimentos para manter as estatais da pasta.
Em janeiro, o Estadão chegou a publicar que a empresa deveria ser fechada, os funcionários serão demitidos e os ativos vendidos.
A liquidação deveria ser aprovada pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que agora fala em privatização.
A Ceitec e o ministério de Ciência e Tecnologia reagiram, por meio de declarações e uma visita oficial do ministro Marcos Pontes, seguida de um anúncio em Brasília de um acordo com a Pirelli na área de Internet das Coisas.
Agora a coisa muda de figura, no entanto. A Ceitec deixará de estar nas especulações da imprensa e do secretário Mattar, para entrar numa lista com outras 17 companhias.
A lista vem com o respaldo de Guedes e fazer as privatizações andarem será um teste de força para a ala privatista do governo.
Ainda não se conhece toda a lista, mas se sabe que ela vai incluir nomes como os Correios, provavelmente a maior empresa da lista, e a Trensurb, estatal que opera trens na região metropolitana de Porto Alegre.
São companhias cujos sindicatos tem muito mais capacidade de defender sua continuidade como estatais do que a Ceitec, uma empresa que está mais ou menos à deriva desde o impeachment da presidente Dilma e a crise econômica, quando sumiram o incentivo político e o dinheiro para a ideia de transformar o Brasil em um polo de desenvolvimento de semicondutores.
Além de não estar mais na agenda de prioridades do governo, a Ceitec demanda investimentos pesados, que totalizam desde 2008 a cifra R$ 1,08 bilhão, dos quais R$ 400 milhões foram na construção e outros R$ 680 milhões em outros investimentos e custeio.
A empresa tem quase 200 empregados, dos quais quatro são pós-doutores, 10 doutores e 46 tem mestrado. O salário médio é R$ 8,6 mil... Leia mais em baguete 21/08/2019
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