Propostas para Caixa no Brasil chegam a partir de outubro. Lucro do banco público, até junho, pode subir para 440 milhões de euros.
Sem percalços, Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tem acelerado ao longo de 2019 a venda de operações fora de Portugal. O Banco Caixa Geral – Brasil é o mais recente ativo internacional cuja venda está mais perto de ser concretizada. As propostas vinculativas deverão chegar às mãos de Macedo entre outubro e dezembro deste ano, noticiou ontem a Lusa. A CGD confirmou ao DV que existe esta expectativa, depois de o governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, a resolução que selecionou os potenciais investidores que irão ser convidados a apresentar propostas vinculativas pelo banco no Brasil.
Os nomes dos investidores escolhidos serão conhecidos na próxima semana, com a publicação da resolução em Diário da República. Paulo Macedo afirmou, em fevereiro deste ano, que 115 entidades “mostraram interesse” em receber informação sobre a operação da CGD no Brasil. O Banco Luso Brasileiro, detido em 43% pelo Grupo Amorim, será um dos interessados na compra do banco, noticiou o Expresso no início de agosto. Outros interessados serão o Banco ABC Brasil, controlado pelo grupo árabe Bank ABC, e o fundo brasileiro Artesia, segundo o site Eco.
À espera dos reguladores
Com o avanço da venda do banco da CGD no Brasil, “conclui-se, assim, outro passo estratégico para a execução do calendário dos compromissos subjacentes à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos pelo Estado”, afirmou o governo no comunicado do Conselho de Ministros de quinta-feira.
No dia 1 de agosto, o Executivo tinha já aprovado o caderno de encargos da venda do Banco Caixa Geral – Brasil.
No seguimento da implementação do Plano Estratégico 2020 da CGD, já foram encerradas as sucursais de Londres, Cayman, Macau Offshore, Zhuhai e Nova Iorque. Durante a primeira metade deste ano avançou o processo de venda das participações sociais detidas pela CGD na Mercantile Bank Holdings Limited, na África do Sul, e no Banco Caixa Geral, em Espanha. Sobre estas vendas, a CGD está ainda “a aguardar resposta dos reguladores” locais.
O administrador financeiro da CGD disse a analistas, em julho, que o lucro do banco pode ser revisto em alta se a resposta dos reguladores surgir até ao fim de setembro, antes de estarem auditadas as contas. “Se assim fosse, para ambas as subsidiárias, esperamos que o impacto no resultado líquido dos primeiros seis meses seja positivo em 157 milhões de euros”, afirmou José Brito. O valor irá somar aos 283 milhões de euros de lucro que a CGD reportou no primeiro semestre do ano.
Mas há outros processos de reestruturação de operações internacionais em curso no banco público. No início de 2019 arrancou o processo de venda do Banco Comercial do Atlântico, em Cabo Verde, e o encerramento da sucursal do Luxemburgo, cuja conclusão deverá ocorrer até ao final do corrente ano, segundo a CGD. Estas operações visam racionalizar a estrutura internacional da CGD – cortando os ativos para metade -, para libertar capital e melhorar o perfil de risco do banco... Leia mais em dinheirovivo 24/08/2019
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