O Grupo Positivo Educação voltou a negociar a venda de seus ativos - universidade, colégios, sistemas de ensino e gráfica. Ao contrário do processo anterior, em que o grupo do Paraná pretendia vender todo o bloco, desta vez o Positivo estaria disposto a se desfazer dos ativos separadamente, segundo o Valor apurou.
Ainda de acordo com fontes, a expectativa dos vendedores é levantar cerca de R$ 650 milhões pela universidade e pelos colégios, que são os negócios mais atraentes aos investidores. Em relação ao sistema de ensino, uma das possibilidades é vender só a carteira que atende alunos de escolas particulares, uma vez que os investidores têm evitado comprar empresas que possuem contratos com governo.
O banco contratado é o BTG que há cerca de três meses começou a procurar os possíveis interessados.
Lucas Guimarães, vice-presidente do Grupo Positivo Educação, nega que a empresa esteja à venda. "Há muito assédio, estamos ouvindo os interessados que nos procuram, faz parte. Mas o que estamos olhando é a hipótese de um IPO", afirmou Guimarães. O executivo disse ainda que o BTG é o assessor financeiro do grupo há cerca de cinco anos, quando o Positivo tentou vender todo o negócio por cifras entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.
No fim do ano passado, a holding Positivo Participações, que reunia os diversos negócios de educação do grupo, foi dissolvida e cada uma das empresas passou a ter atuação própria. Uma ata publicada no Diário Oficial do Paraná, com data de 26 de dezembro, informa que a sociedade foi desfeita devido às "alterações de perfil dos acionistas (em especial pelas sucessões que vêm ocorrendo nos últimos anos) e das diferentes percepções das acionistas sobre cada um dos negócios das investidas, e ainda, para aumentar a atratividade das investidas ao recebimento de novos acionistas, conforme segmento de atuação - situações estas que já vêm sendo objeto de várias análises e debates pelos acionistas - a dissolução da presente sociedade mostra-se providência adequada para iniciar o processo de reorganização do grupo desejado pelos acionistas", informa trecho da ata.
O grupo Positivo tem seis famílias controladoras e, segundo fontes, a visão distinta dos acionistas foi um dos motivos para que o processo anterior de venda tenha fracassado. Até hoje há desconfiança de investidores e grupos educacionais de que o processo vá realmente sair do papel.
Apesar de estarem abertos a fatiar o negócio, a preferência do Positivo é vender toda a empresa, segundo fontes. A ideia é que ativos menos cobiçados, como a gráfica, não fiquem encalhados. No processo anterior, fundos de private equity não queriam a gráfica.
O lucro líquido do grupo saltou quase 43% para R$ 69,3 milhões em 2016 - último balanço da holding disponível. A receita líquida subiu 5,8% para R$ 974 milhões. Do faturamento total do grupo, 42% vem dos sistemas de ensino e 44% vem da universidade e dos colégios próprios.
O sistema de ensino Positivo é usado por cerca de 570 mil alunos de escolas privadas e 240 mil da rede pública. Na educação básica, o Positivo tem ainda cerca de 5 mil alunos nos curso pré-vestibular e 7 mil nos colégios.
No ensino superior, são cerca de 28 mil alunos matriculados na universidade Positivo e na Faculdade Arthur Thomas (FAAT), essa última adquirida em 2017. Jornalista: Beth Koike - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 03/08/2018
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