O novo secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Alexandre Manoel Angelo da Silva, disse nessa segunda-feira, 23, ao Estadão/Broadcast que as quatro maiores empresas de loteria do mundo - IGT, Scientific Games, Tactics e Intralot - já demonstraram ao governo a intenção de participar da operação de venda da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), que tem leilão marcado para 14 de junho na B3 (a bolsa de valores de SP).
Pelos parâmetros do edital de venda, as empresas nacionais não atendem aos requisitos mínimos, segundo Manoel. Por isso, um cenário possível para a venda é a associação de uma estrangeira com uma das empresas locais, que atualmente produzem, imprimem ou comercializam os bilhetes. As empresas do exterior devem vir principalmente de EUA, Europa e Austrália.
Operadores de loteria da Ásia chegaram a procurar o governo na primeira fase dos road shows, que foram em Londres e Las Vegas, antes da publicação do edital, disse o secretário. Nos road shows feitos após o edital, que saiu no início deste mês, elas ainda não procuraram, como já fizeram as norte-americanas e europeias. Manoel conta que as companhias dos EUA e Europa chegaram a dar sugestões na consulta pública do processo de venda.
A venda da Lotex, com outorga mínima de R$ 542 milhões, pode mais que dobrar o tamanho do mercado de loterias no Brasil, disse o secretário. Hoje esse setor representa 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e a projeção é que essa participação pode chegar a 0,5% em cinco anos. Manoel ressalta que o governo tem o monopólio do setor de loteria instantânea (as raspadinhas) desde 1962 e a venda da Lotex deve estimular a competição.
Este mercado movimenta cerca de US$ 300 bilhões por ano no mundo e é dominado por "três ou quatro" grandes operadores, que respondem por 80% do setor, segundo o secretário. No Brasil, gira entre US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões.
Sem a Caixa
O secretário participou nessa segunda em São Paulo do 5.º Brazilian Gaming Congress - Driving Consensus for Legislative Progress in 2019. No mesmo evento, o chefe do Departamento de Privatização do BNDES, Guilherme Albuquerque, ressaltou que a Caixa não poderá participar do leilão.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já fez duas reuniões com potenciais interessados na Lotex. A última ocorreu no Rio de Janeiro, dia 17. Na semana anterior, havia sido em São Paulo. Pelas conversas com os investidores, Albuquerque afirma que o governo "tem convicção que o leilão em junho terá sucesso relevante".
"Esse mercado tem grande potencial de crescimento" disse o executivo do BNDES, ressaltando que o gasto per capita no Brasil com loterias é de US$ 18, enquanto no mundo é de US$ 40. "O Brasil é um dos maiores mercados inexplorados de loteria instantânea no mundo."
Na prática, a concessão da Lotex representa a retirada do negócio de loteria instantânea das mãos da Caixa. O banco público, no entanto, manterá as demais modalidades lotéricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Altamiro Silva Junior Leia mais em atarde.uol 24/04/2018
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