A GlaxoSmithLine (GSK) decidiu não levar adiante a aquisição da divisão de produtos de consumo da área de saúde da Pfizer. A resolução pôs as perspectivas de uma venda em séria dúvida.
A concorrente Reckitt Benckiser abandonou o processo de compra da divisão da gigantesca farmacêutica americana na quarta-feira, deixando a GSK aparentemente pronta para arrebatar a divisão. A Pfizer espera garantir nada menos que US$ 20 bilhões pela subsidiária, que vende produtos comercializados sem apresentação de receita médica, como o analgésico Advil e a vitamina Centrum.
Mas na sexta-feira a executiva-chefe da GSK, Emma Walmsley, disse que, embora o grupo continue a "analisar oportunidades que possam acelerar a nossa estratégia, elas têm de preencher nossos critérios de retornos e não comprometer nossas prioridades de alocação de capital".
Pessoas a par do processo disseram que a GSK realizou o processo de "due dilligence" (o levantamento de dados financeiros) do negócio, mas que acabou resolvendo não fazer uma oferta de compra.
Não estava claro, de imediato, se restaram outros ofertantes pela divisão de produtos de consumo da área de saúde da Pfizer. O grupo americano disse que "continua a avaliar potenciais alternativas estratégicas" para a divisão, entre as quais desmembrá-la como empresa independente, vendê-la ou mantê-la. "Ainda não decidimos, mas continuamos a esperar tomar uma decisão em 2018", acrescentou a Pfizer.
As ações da GSK subiram 4% na sexta-feira, uma vez que os investidores aparentemente recompensaram uma decisão contrária ao que era visto por alguns como uma dispersão em relação ao foco da empresa em produtos farmacêuticos.
A divisão de produtos de consumo da área de saúde da GSK, que inclui a pasta de dentes Aquafresh e o antigripal Night Nurse, contribui atualmente com cerca de 25% do total das vendas da empresa, de pouco mais de 30 bilhões de libras esterlinas. Embora a compra da divisão da Pfizer teria internalizado saudáveis fluxos de caixa, ela poderia diminuir o foco no avanço do processo de pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos.
Analistas do grupo bancário e de gestão de ativos Investec disseram que, embora estivessem "tranquilos" de que os dividendos seriam sustentáveis no atual nível de 80 pence, mesmo se a GSK tivesse adquirido tanto a divisão da Pfizer quanto a participação em uma "joint-venture" de produtos de consumo com a Novartis que a empresa britânica ainda não possui, "per cebemos a notícia como positiva". - Valor Econômico Jornalista: Katie Martin e Sarah Neville Leia mais em portal.newsnet 26/03/2018
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