A Lala, maior empresa de lácteos do México, informou ontem que finalizou a venda de 50% da Itambé à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais Ltda (CCPR). A CCPR tinha o direito de preferência para recomprar de sua sócia Vigor Alimentos a fatia de 50% na Itambé, e anunciou que o faria em setembro, após a venda da Vigor, empresa controlada pela J&F, à Lala.
No comunicado de ontem, a Lala reafirmou que a CCPR exerceu o direito de preferência para adquirir os 50% das ações da Itambé que pertenciam à Vigor por um "valor implícito" de R$ 700 milhões. Assim, segundo a Lala, sem a Itambé a aquisição de 99,9% das ações de Vigor teve valor implícito líquido de R$ 4,325 milhões. Inicialmente, o valor total da transação, que incluía até 100% da Itambé, era de R$ 5,725 bilhões.
Numa tentativa de mostrar que a compra da Vigor é um bom negócio mesmo sem a Itambé, a Lala destacou, no comunicado, que tem interesse "no segmento de lácteos de valor agregado, no qual a Vigor conta com marcas amplamente reconhecidas", tais como Vigor, Danubio, e Faixa Azul. Além disso, afirmou que a Vigor tem uma infraestrutura consolidada, com mais de 3.900 empregados, nove plantas e atende a mais de 47 mil pontos de venda no Brasil.
A Lala informou, ainda, que a Vigor reportou vendas líquidas e Ebitda de R$ 2,295 bilhões e R$ 123 milhões, respectivamente, em 2016. Para 2017, são estimadas vendas líquidas de R$ 2,407 bilhões e um Ebitda de R$ 190 milhões, com margem de 7,9%, de acordo com a empresa.
A CCPR, que voltará a ter o controle da Itambé com a recompra dos 50% que eram da Vigor e foram vendidos à Lala, não respondeu à reportagem.
Desde que a CCPR anunciou que faria a recompra da participação que havia vendido à Vigor, em 2013, por R$ 410 milhões, surgiram dúvidas no mercado de lácteos sobre como a central financiaria a transação. Inicialmente, o Banco do Brasil estava liderando um pool de bancos para o negócio, mas saiu da operação por conta do tempo exíguo para concretizá-lo.
No dia 27 de novembro, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) sinalizou que irá garantir a recompra pela CCPR. A empresa publicou ata de reunião de acionistas, realizada em 20 de setembro, na qual o conselho de administração da empresa de desenvolvimento autorizou um aporte de R$ 587,025 milhões, por meio da Codemig Participações (Codepar), para auxiliar a CCPR na recompra dos 50% da Itambé.
Conforme a ata da assembleia, que deliberou sobre o auxílio à CCPR, a Codepar "fica autorizada a aportar o valor de R$ 587,025 milhões, seja através da aquisição das ações da Itambé ou através da celebração de instrumentos financeiros de dívida com a CCPR". Na ocasião, a Codemig informou ao Valor "que faz parte de um grupo de financiadores e investidores que está avaliando o investimento junto à CCPR, dentre eles gestores de recursos, bancos e outras empresas". - Valor Econômico Leia mais em portal.newnet 05/12/2017
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