13 julho 2017

Número de fusões e aquisições cresce 35% em junho

Após o Brasil apresentar um cenário importante de fusões e aquisições nos primeiros meses do ano, a delação premiada de executivos da JBS, que colocou a presidência de Michel Temer sob ameaça, desacelerou a retomada das transações no país, que devem melhorar a partir do segundo semestre, de acordo com a PwC.

Segundo levantamento da firma de auditoria obtido com exclusividade pelo Valor, o primeiro semestre registrou aumento de 5% nos negócios, na comparação anual, somando 300 transações. Considerando apenas junho, a alta foi de 35%, para 58 operações.

"Há um indicativo muito grande de que vamos ter um crescimento no segundo semestre. Hoje temos juros e inflação em queda, uma retomada da economia. A recessão definitivamente acabou", afirmou Rogério Gollo, sócio da PwC.

Apesar de demonstrar uma recuperação frente a 2016, o patamar de negócios no semestre ainda é cerca de 25% inferior aos vistos em 2014 e 2015.

A perspectiva da PwC, no entanto, é otimista para o acumulado do ano, esperando que o crescimento atinja 10% no fim de 2017, com um avanço mais concreto dependendo da estabilização política e econômica, principalmente nas operações envolvendo grupos do exterior.

"O interesse do estrangeiro aumentou muito até maio e diante da incerteza ele desacelerou. O gatilho agora está associado à reforma da previdência e à redução da taxa de juros", disse Gollo. "É mais uma questão de política econômica do que da política de fato." Para julho e agosto, a expectativa é que os negócios sejam principalmente nacionais, com os estrangeiros retornando com mais força a partir de setembro.

Por setor, o destaque em termos de transações ficou por conta da tecnologia da informação (TI), que concentrou 22% dos negócios e registrou crescimento de 24%. Logo em seguida vieram os chamados serviços auxiliares que, apesar da queda de 9% no total de negócios no semestre, representaram 10% do total de fusões e aquisições no período.

"Normalmente, o setor que retoma de maneira mais forte é de TI, que tem muitas empresas de pequeno porte. Outros segmentos importantes são os de varejo e saúde", comenta o sócio da PwC.
A empresa não levanta o valor das transações concluídas, apontando que 70% dos negócios não têm esses dados divulgados. A plataforma TTR, que faz apontamento semelhante, destacou que, dos negócios que tiveram valor divulgado, o montante chegou a R$ 140,4 bilhões até junho. Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 13/07/2017

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