30 junho 2017

Biotoscana planeja oferta de ações de R$ 1,07 bilhão

Além da varejista Carrefour, a fabricante e distribuidora de medicamentos de alta complexidade Biotoscana decidiu dar início a uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Controlada pela gestora de fundos de private equity Advent International, empresa quer vender seus papéis na bolsa de valores por um preço entre R$ 24,5 e R$ 28,5, conforme informações do prospecto divulgado. Com isso, o IPO da Biotoscana pode movimentar cerca de R$ 1,073 bilhão, considerandose o preço médio da faixa indicativa.

A companhia pretende vender 16 milhões de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) para levantar recursos novos para o caixa da empresa, o que representa cerca de R$ 424 milhões. O dinheiro será usado para o pagamento de dívidas, que estão consumindo boa parte do lucro líquido da companhia.
Os recursos também terão como destino o resgate de certificados de ações que foram emitidos quando a Biotoscana adquiriu em 2015 a LKM, uma distribuidora de remédios argentina.
Outros 24,5 milhões de BDRs serão vendidos pelos acionistas da Biotoscana.

Além da Advent, a empresa americana de investimentos na área de saúde Essex Woodlands, Robert Friedlander e Roberto Luiz Guttman, ambos da United Medical, uma das companhias controladas da Biostocana, vão vender papéis.

A quantidade total de papéis vendidos na oferta, coordenada pelos bancos J.P. Morgan, Itaú BBA e BTG Pactual, ainda poderá aumentar 35%. Com isso, a oferta chegaria a cerca de R$ 1,5 bilhão.
Hoje com 53,5% da Biotoscana, o Advent deve reduzir sua posição para algo entre 33% e 25,9%, a depender da demanda pelos BDRs. Mesmo assim, a gestora continuará como a maior acionista individual da fabricante de medicamentos.

De origem colombiana, a Biotoscana tem mais da metade de sua receita oriunda de vendas no Brasil e na Argentina, mas a companhia também atua em oito países da América Latina.
Mais companhias ainda devem buscar abrir o capital na bolsa até o fim de julho, data limite para a realização de ofertas com as demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre.

A Omega Energia, que tem como acionistas as gestoras de private equity Warburg Pincus e Tarpon, é uma das empresas que trabalham para fazer o IPO ainda nesta janela. Depois de uma sondagem inicial com investidores, a empresa decidiu ajustar o preço de seus papéis. A resseguradora IRB é outra empresa que tenta abrir o capital até o fim do próximo mês.

Não há dúvida entre os banqueiros de investimento, porém, que as condições de mercado pioraram desde a delação dos irmãos Batista, da holding J&F Investimento. Essa mudança no apetite dos investidores tem sido percebida principalmente via preços, o que pode levar os acionistas das candidatas a IPO a recuarem.

Num ambiente de volatilidade, as ofertas iniciais de ações de maior porte tendem a ter mais chances de sucesso por causa da liquidez que propiciam a seus acionistas. Diante da instabilidade, os investidores querem ter acesso a uma porta de saída fácil caso decidam se desfazer do ativo.

Para um executivo de um banco de investimento local, a percepção até agora é que o mercado está mais seletivo, mas que continua aberto para bons nomes e a preços mais baixos. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 30/06/2017

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