Controlada pela gestora de fundos de private equity Advent International, empresa quer vender seus papéis na bolsa de valores por um preço entre R$ 24,5 e R$ 28,5, conforme informações do prospecto divulgado. Com isso, o IPO da Biotoscana pode movimentar cerca de R$ 1,073 bilhão, considerandose o preço médio da faixa indicativa.
A companhia pretende vender 16 milhões de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) para levantar recursos novos para o caixa da empresa, o que representa cerca de R$ 424 milhões. O dinheiro será usado para o pagamento de dívidas, que estão consumindo boa parte do lucro líquido da companhia.
Os recursos também terão como destino o resgate de certificados de ações que foram emitidos quando a Biotoscana adquiriu em 2015 a LKM, uma distribuidora de remédios argentina.
Outros 24,5 milhões de BDRs serão vendidos pelos acionistas da Biotoscana.
Além da Advent, a empresa americana de investimentos na área de saúde Essex Woodlands, Robert Friedlander e Roberto Luiz Guttman, ambos da United Medical, uma das companhias controladas da Biostocana, vão vender papéis.
A quantidade total de papéis vendidos na oferta, coordenada pelos bancos J.P. Morgan, Itaú BBA e BTG Pactual, ainda poderá aumentar 35%. Com isso, a oferta chegaria a cerca de R$ 1,5 bilhão.
Hoje com 53,5% da Biotoscana, o Advent deve reduzir sua posição para algo entre 33% e 25,9%, a depender da demanda pelos BDRs. Mesmo assim, a gestora continuará como a maior acionista individual da fabricante de medicamentos.
De origem colombiana, a Biotoscana tem mais da metade de sua receita oriunda de vendas no Brasil e na Argentina, mas a companhia também atua em oito países da América Latina.
Mais companhias ainda devem buscar abrir o capital na bolsa até o fim de julho, data limite para a realização de ofertas com as demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre.
A Omega Energia, que tem como acionistas as gestoras de private equity Warburg Pincus e Tarpon, é uma das empresas que trabalham para fazer o IPO ainda nesta janela. Depois de uma sondagem inicial com investidores, a empresa decidiu ajustar o preço de seus papéis. A resseguradora IRB é outra empresa que tenta abrir o capital até o fim do próximo mês.
Não há dúvida entre os banqueiros de investimento, porém, que as condições de mercado pioraram desde a delação dos irmãos Batista, da holding J&F Investimento. Essa mudança no apetite dos investidores tem sido percebida principalmente via preços, o que pode levar os acionistas das candidatas a IPO a recuarem.
Num ambiente de volatilidade, as ofertas iniciais de ações de maior porte tendem a ter mais chances de sucesso por causa da liquidez que propiciam a seus acionistas. Diante da instabilidade, os investidores querem ter acesso a uma porta de saída fácil caso decidam se desfazer do ativo.
Para um executivo de um banco de investimento local, a percepção até agora é que o mercado está mais seletivo, mas que continua aberto para bons nomes e a preços mais baixos. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 30/06/2017
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