A história da Oi ganhou um novo ator. O pouco conhecido fundo Virgo tornouse, silenciosamente, o segundo maior acionista da companhia, com uma fatia de aproximadamente 7% do negócio. É hoje maior até mesmo que o Société Mondiale, de Nelson Tanure, que tem 6,3% do capital.
Administrado e gerido pelo Safra, o Virgo declarou ter uma participação de 14,95% das preferenciais algo como 2,9% do capital total da Oi. O Valor apurou que o fundo tem também uma fatia de quase 5% das ações ordinárias.
Essa posição permanece sob sigilo, pois só há obrigação de aviso público a partir da compra de 5% do capital por espécie de papéis.
Na Oi, todo capital ordinárias e preferenciais é votante a partir deste ano, pois 2016 foi o terceiro exercício sem distribuição de dividendos. Portanto, o poder político de cada acionista deve ser medido pela fatia do total das ações, já que todas tornaramse votantes.
Como segundo maior sócio da Oi, o fundo misterioso só é menor do que a Pharol (exPortugal Telecom), que tem 22,3% do capital total da operadora.
Até o momento, não há sinais de que o Virgo esteja se movimentando a fim de obter papel protagonista na novela da Oi. Mas sua atividade vem sendo acompanhada de perto pelo mercado.
Quando anunciou a compra de preferenciais, informou no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM): "O investidor não pretende alterar o controle da companhia ou sua estrutura administrativa, entretanto, resguarda e pretende se fazer valer de todos os seus direitos de acionista para proteger os interesses econômicos dos seus clientes. O fundo não tem meta préestabelecida para seu investimento/participação na empresa." O Virgo é um fundo multimercado de investimento em crédito privado no exterior, ou seja, títulos de dívida corporativa. Registrado na CVM em dezembro de 2010, tem patrimônio de R$ 225 milhões e um único cotista, pessoa física.
A carteira costuma registrar grande variação na composição mês a mês. Em outubro, tinha R$ 26 milhões aplicados em duas ações Itaú e Vale. Em novembro, eram R$ 120 milhões distribuídos entre Suzano Papel, Fibria, Vale e Cyrela. Mas o Virgo terminou 2016 sem investimento em ações.
Em janeiro, a carteira voltou a ter aplicações em ações: R$ 50 milhões em dois papéis ainda não revelados. Em fevereiro, a posição aumentou para R$ 120 milhões ainda apenas em duas ações. Tratase de mais da metade do patrimônio líquido. Pela regra da CVM, os fundos devem declarar mensalmente os instrumentos nos quais investem, mas a informação completa, com detalhe da empresa aplicada, tem três meses de defasagem.
Daí, o sigilo para esses dados até o momento.
A base de acionistas da Oi tem registrado forte movimentação. Na semana passada, um fundo gerido pelo Goldman Sachs declarou ter 5,07% das ações preferenciais.
O PointState, por sua vez, que montou posição em junho do ano passado reduziu sua fatia de 5,16% das ações ordinárias para 4,4%. O fundo era citado por Tanure como um de seus alvo de contatos frequentes. À CVM americana, a Securities and Exchange Commission (SEC), no ano passado, o fundo declarou que seu voto acompanharia o de Tanure. Recentemente representantes do fundo vieram ao Brasil dizer que não estão mais alinhados ao Société Mondiale.
Procurada, a Oi disse que não comenta sua base acionária. - Valor Econômico Jornalista: Graziella Valent Leia mais em portal.newsnet 11/04/2017
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