A primeira ata do Copom assinada por Ilan Goldfajn é enxuta, alerta para a necessidade dc medidas de ajuste, aborda a ociosidade na economia, recomenda atenção ao Federal Reserve.
E concluiu: “O cenário básico e o atual balanço de riscos indicam nào haver espaço para flexibilização da política monetária”.
Publicada em novo formato, a ata do Copom de julho teve seu espaço reduzido à metade em número de linhas e parágrafos e, no conteúdo, ampliou os alertas feitos pelo BC no comunicado divulgado na quarta-feira passada, quando o colegiado confirmou a 8á manutenção seguida da taxa Selic em 14,25% ao ano.
A ata de Ilan é orientada por riscos e oportunidades.
1) A inflação está sob pressão dos preços dos alimentos.
Risco: ocorrer transmissão mais rápida da pressão no atacado para o varejo.
Oportunidade: a sazonalidade da pressão inflacionária pode contribuir para reversão mais rápida dos preços.
O documento reconhece que houve progressos com a inflação, mas seu ritmo de convergência (à meta) deixa a desejar e afirma que o Copom “deve procurar conduzir a política monetária de modo que suas projeções de inflação, inclusive no cenário de mercado, apontem inflação na meta nos horizontes relevantes”.
A expectativa de alguns membros do Copom era de queda maior da inflação devido à desaceleração da atividade, tanto que não foi descartada a possibilidade de “efeitos desinflacionários do nível de ociosidade na economia” ainda se manifestarem mais intensamente. A desinfiação de serviços também chamou a atenção nas discussões do Comitê, mas sem o destaque atribuído ao desaquecimento do setor real.
A política monetária deve perseguir a inflação na meta. Não hã dúvida sobre a missão do BC. Mas a ata alerta que, mesmo quando conduzida de forma apropriada, a política monetária pode resultarem inflação ao redor da meta, pois os efeitos dessa política são defasados, variáveis e incertos.
2) Implantação de ajustes necessários na economia, inclusive de política fiscal.
Risco: se for abandonada ou postergada significativamente.
Oportunidade: aprovação c implementação mais rápida dos ajustes melhoram a confiança e as expectativas de inflação.
A ata do Copom não faz menção a medidas que podem ser tomadas pelo governo, mas sugere que pode ocorrer um aumento de impostos, o que justifica a perspectiva de que “o ajuste das contas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação”. O cenário macroeconômico tem “perceptível” melhora, segundo a ata, com perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto prazo.
A avaliação do ambiente externo é um dos poucos temas em que todos os membros do Copom concordam que pode trazer dificuldades. O documento reconhece que a possibilidade de estímulos adicionais pelos BCs melhorou o ambiente externo, mas recomenda monitoramento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnte 27/06/2016
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