Depreciação do real e dificuldades econômicas tornam empresas brasileiras mais atrativas. Na América Latina taxa de atividades de fusão e aquisição (M&A) em estágio inicial no terceiro trimestre de 2015 cresceu para 48.6%.
São Paulo — O Deal Flow Predictor (DFP), relatório da Intralinks sobre as tendências e previsões para níveis de atividades futuras em fusões e aquisições (M&A) em estágio inicial, prevê que o volume de M&A global deve aumentar em cerca de 7% durante o primeiro trimestre de 2016, em comparação ao primeiro trimestre de 2015. Os setores com previsão de maior crescimento de atividades de M&A em 2016 são os de Consumo, Saúde, Alta tecnologia e Imobiliário e Varejo. Já os setores de Energia, Indústria e Telecom devem apresentar diminuição.
“Estamos prevendo que 2015 será um ano recorde para o setor e 2016 está se moldando para o que parece ser um início bom, porém modesto, de anúncios de negócios de M&A”, disse Matt Porzio, vice -presidente de estratégia de M&A e marketing de produto da Intralinks. “Com base em nossos insights sobre atividades de M&A em estágio inicial, estamos prevendo crescimento global modesto devido à incerteza sobre as taxas de juros na América do Norte e a desaceleração econômica na China. A América Latina parece ensaiar uma recuperação, mostrando o maior aumento de atividades de M&A em mais de 18 meses”.
Recessão impulsiona negócios no Brasil —De fato, a região que mais se destaca no relatório é a América Latina. Os números relativos a atividades de negócio em estágio inicial na região mostram um aumento de 48,6% no 3° trimestre de 2015.
“A recuperação do mercado de fusões e aquisições no Brasil já começou a ser sentida desde o último trimestre. Especificamente no Brasil, com a recessão e a variação cambial, as empresas brasileiras estão com valores menores e, portanto, mais atraentes para os investidores internacionais. Os efeitos desse quadro serão observados em sua totalidade em 2016, quando as fusões e aquisições continuarão crescendo no Brasil e na América Latina”, explica Cláudio Yamashita, diretor- geral da Intralinks no Brasil.
As atividades de M&A na região são historicamente atribuídas ao setor de metais e mineração, que tem sido duramente atingido pelos preços das commodities nos últimos 18 meses. Com o aumento dos negócios em estágio inicial visto no terceiro trimestre de 2015, particularmente no setor de Consumo, parece que os players globais começam a perceber que, futuramente, podem se beneficiar. Assim como aconteceu com a China há vinte anos, esses players podem estar se aproximando para entrar na região antes que esses mercados decolem e eles sejam deixados para trás.
Como foi o terceiro trimestre de 2015 nas outras regiões —As atividades de M&A em estágio inicial da região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) aceleraram, cresceram 11%, comparado aos quase 7% do trimestre anterior. Ásia-Pacífico mostrou apenas um pequeno aumento de cerca de 3%, refletindo os temores de uma desaceleração da economia chinesa e da turbulência das ações da China e mercados emergentes. A América do Norte viu redução das atividades de M&A em estágio inicial de 3%, devido a temores sobre uma desaceleração da economia global e dos EUA, e confusão entre os negociadores sobre o ritmo e calendário dos prováveis futuros aumentos das taxas de juros pela Reserva Federal dos EUA.
A Intralinks[www.intralinks.com] também realizou em outubro de 2015 a Sentiment Survey, uma pesquisa global realizada com 575 profissionais de M&A para medir as sensações e visões dos negociadores sobre o mercado. As respostas da pesquisa revelaram que: .América Latina:. 46% estão otimistas em relação ao atual ambiente de negócios. No trimestre passado, os otimistas eram apenas 29%.
. 52% esperam que o volume de negócios aumente
. 77% acreditam que a diminuição do crescimento econômico da China traga impacto às atividades de M&A na região nos próximos seis meses.
Globalmente —A porcentagem de negociadores que estão otimistas sobre o ambiente de negócio atual caiu de 51% (trimestre anterior) para 43%. Este é o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2013, quando a pesquisa foi lançada. É também a primeira vez que o percentual de entrevistados otimistas caiu abaixo de 50%.
Em resposta a três questões principais: otimismo/ participação de negócios esperada/ volume geral de negócios, os negociadores na região EMEA foram os mais positivos, com um combinado de 57%, e os negociadores na América no Norte foram os menos positivos, com um combinado de 48%. A região APAC ficou com 54% e América Latina, 50%.
Os respondentes de todas as regiões, com exceção da América Latina, esperam que uma desaceleração econômica global tenha maior impacto sobre as atividades de M&A ao longo dos próximos 12 meses. Os negociadores da América Latina, no entanto, esperam que a política monetária (ou seja, facilitação quantitativa e aumento das taxas de juros) tenha maior impacto sobre as atividades de M&A na região ao longo dos próximos 12 meses. Leia mais em revistafatorbrasil 05/11/2015
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