01 abril 2014

Preços atraentes incentivam acordos de fusão e aquisição no Brasil

A atividade de fusões e aquisições no Brasil teve um início de ano encorajador, com compradores aproveitando a moeda mais fraca e preços mais baixos para fechar transações no país.

 O fluxo de acordos de fusões e aquisições no Brasil continuou robusto apesar das turbulências no mercado global geradas pela crise na Ucrânia e confiança no Brasil em queda diante da desaceleração do crescimento econômico e alta da inflação.

 Preocupações sobre as eleições em outubro ajudaram a aproximar vendedores e compradores em alguns casos, acelerando a conclusão de algumas negociações que já duravam meses.

 Os acordos de fusões e aquisições anunciados no Brasil no primeiro trimestre somaram cerca de 14,21 bilhões de dólares, ante 5,12 bilhões de dólares registrados no mesmo período de 2013, segundo o relatório trimestral da Thomson Reuters sobre fusões e aquisições, divulgado nesta terça-feira. Cerca de 108 acordos foram anunciados nos últimos três meses, ante 132 no primeiro trimestre de 2013.

Compradores estratégicos reduziram a cautela em relação ao Brasil, enquanto empresas de private equity foram rápidas em executar planos de aquisição durante o trimestre. Eles estão abertamente buscando maior exposição ao Brasil por necessidade de obter ativos específicos e não por causa da condição do país de nação emergente com uma ampla base de consumidores, disseram executivos de bancos.

 Bain Capital LLC, AmerisourceBergen Corp e o Grupo Financiero Inbursa estão entre os que correram para fechar acordos de compra de companhias dos setores financeiro, farmacêutico e de saúde, mostraram os dados. O Itaú BBA foi a instituição que mais assessorou fusões e aquisições no primeiro trimestre, com 18 operações avaliadas em pelo menos 9,451 bilhões de dólares.

 "Foi um trimestre interessante, cheio de acordos complexos e compradores mais seletivos", disse Fernando Iunes, diretor global para banco de investimento do Itaú BBA. "Achamos que o segundo trimestre será ainda melhor."

 Luiz Muniz, diretor das operações do Rothschild para América Latina, concorda. Como as eleições de outubro pode reduzir as atividades no segundo semestre, muitas companhias podem buscar finalizar seus planos até junho.

 "Vemos uma alta na atividade de fusões e aquisições, com mais acordos internacionais, reorganizações corporativas, reestruturações, deslistagens e separações de unidades", disse Muniz. "As empresas querem acelerar decisões estratégicas por causa do calendário político. Algumas vão acontecer, outras não."

 O Itaú liderou os rankings de valor e de número de negócios. O BTG Pactual , maior banco de investimento independente da América Latina, ficou em segundo lugar em número de acordos e o Rotschild ficou em segundo em termos de valores das transações. Reuters |     Leia mais em ultimoinstante 01/04/2014

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