05 março 2014

Steve Ballmer admite erro na estratégia de celulares

Ouvir os conselhos de Steve Ballmer, que por 14 anos foi diretor executivo da Microsoft, é um privilégio, especialmente para estudantes de administração e empreendedores. O 30º funcionário a ser contratado por Bill Gates, apenas cinco após criar a empresa de software, contou sua experiência a estudantes da Saïd Business School, na Universidade de Oxford, no dia 28 de fevereiro. O vídeo com trechos da palestra em que ele fez uma revisão da última década foi divulgado na terça-feira, 4, na internet.

"Nos últimos dez anos, algumas coisas não deram muito certo", disse. "O que mais me arrependo é não termos colocado hardware e software juntos antes", fazendo uma clara alusão à Apple, que desenhou seu próprio smartphone e sistema operacional juntos. "Teríamos uma posição mais forte no mercado de smartphones hoje se eu pudesse voltar atrás e refazer os últimos dez anos."

Nos Estados Unidos, segundo a comScore, a empresa é dona de 3,1% do mercado mobile, o que a coloca atrás de dispositivos Android (51,1%), iOS (41,8%) e Blackberry (3,4%).

Para Ballmer, as inovações da empresa ainda estão por vir. "Temos a máquina para inovação. Isso significa que vamos liderar a próxima geração mobile? Não, mas estamos trabalhando para estar ali, acompanhando o ritmo."

Sobre a aquisição do WhatsApp pelo Facebook, Ballmer disse não saber se a fusão pode dar certo, mas que certamente a empresa de Zuckerberg saberá fazer dinheiro com a compra. Ele usou o caso como exemplo para passar ensinamentos à plateia de estudantes sobre objetivos.

"Ter 450 milhões de usuários significa que você mereça ser comprado por US$ 19 bilhões? Não, você tem que definir suas medidas de sucesso. Na prática, isso significa pensar: ‘Com esses usuários, eu consigo fazer dinheiro suficiente para atender às expectativas dos meus acionistas?’ Isto é pensar a longo prazo."

Para Ballmer, o erro das startups é justamente não pensar a longo prazo. "O que as grandes empresas fazem é não desistir rapidamente. Nosso trabalho não é desistir e ir para casa. É continuar e entrar na onda da inovação. Imagine daqui a dez anos: você acha que os celulares vão se parecer com os de hoje?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Por Murilo Roncolato
Leia mais... Yahoo 05/03/2014

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